O Sul 21 tem posições claras e assumidas. Apoiamos, em editorial, a candidatura Dilma Rousseff à presidência da República. Nossas matérias noticiosas buscam a verdade dos fatos e respeitam o contraditório, sem procurar favorecer qualquer lado ou candidatura e assim se manterá. Nossa independência e nossa postura crítica se manterão inflexíveis, sem adesismos e sem oposicionismos rasteiros, qualquer que seja a(o) candidata(o) eleita(o).
Dia 31 de novembro, domingo, iremos todos às urnas eleger aquela ou aquele que terá a responsabilidade de dirigir os destinos do país e de sua gente pelos próximos quatro anos. As conseqüências desta escolha se estenderão por muitos anos além do período do mandato presidencial, influenciando o futuro das próximas gerações de brasileiros.
Confiamos na capacidade política e administrativa de Dilma Rousseff e em sua competência para dar continuidade ao programa de governo e ao plano de desenvolvimento econômico e social implantado por Luis Inácio Lula da Silva, na presidência da República. As transformações em curso no país não podem ser interrompidas.
Respeitamos a biografia de José Serra e sua capacidade administrativa. Além de seu passado de luta contra a ditadura, de seu bom desempenho como parlamentar e nos cargos executivos que ocupou, Serra é um economista competente que sempre se opôs às políticas ultra-liberais do governo FHC. Ficou isolado, entretanto, na posição de resistência, a ponto de o Ministério do Planejamento ter sido esvaziado durante sua gestão e, depois, ter sido preterido, em favor de Geraldo Alkmin, como candidato para se opor à Lula em 2006.
Como presidente da República, independente de suas convicções individuais, José Serra teria suas ações e posicionamentos limitados pelo seu partido e pelos demais partidos que o apóiam. PSDB e DEM são partidos notoriamente contrários às políticas de regulação do mercado e de apoio ao desenvolvimento social.
Políticas estas que foram exatamente as políticas que possibilitaram o enorme salto econômico e social empreendido pelo Brasil durante o governo Lula. Nunca é demais lembrar que o Brasil foi o último país a entrar na crise de 2009 e o primeiro a sair dela e que foram as políticas anticíclicas adotadas pelo atual governo que geraram este resultado. É sempre bom lembrar que mais de 28 milhões de brasileiros ascenderam socialmente nos últimos oito anos e que este resultado foi devido, em grande parte, às políticas de desenvolvimento social empreendidas pelo governo Lula.
A biografia de José Serra, além disso, sai abalada destas eleições. O baixo nível da campanha eleitoral, ainda que tenha contaminado ambas as candidaturas, foi deflagrado e mantido pela candidatura José Serra. Seu candidato a vice-presidente Índio do Brasil não teve outro papel na campanha a não ser fazer acusações levianas e afagar a extrema direita.
Afagos, aliás, que o próprio José Serra incentivou ao longo de meses e que reforçou no segundo turno, com os ataques pessoais à Dilma Rousseff, os apelos à moralidade preconceituosa, aos preceitos religiosos conservadores e com o incitamento da animosidade de classes.
Por todos estes motivos e para que o Brasil mantenha as políticas e o ritmo de crescimento com integração social e econômica da maioria de sua população, o Sul 21 apóia e recomenda o voto em Dilma Rousseff.