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Grupo Camargo Corrêa triplica doações nesta campanha

Após ter executivos acusados em 2009 pela Polícia Federal de abastecer o caixa 2 de campanhas e pagar propina a políticos, o grupo da empreiteira Camargo Corrêa mais que triplicou as doações eleitorais legais neste ano, na comparação com o pleito do mesmo tipo de 2006.

As prestações de contas apresentadas por políticos ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) até agora já apontam que as contribuições do grupo a candidatos, comitês e diretórios nacionais totalizam R$ 79,1 milhões. 

Em 2006, considerando as prestações de contas dos dois turnos das eleições, as contribuições desse tipo somaram R$ 22,5 milhões.

O grupo nega qualquer relação entre o aumento nas doações e as acusações da PF, que deram origem à Operação Castelo de Areia da PF. De acordo com a companhia a elevação reflete um aumento no faturamento da empresa (leia texto nesta página).

Atualmente a Camargo Corrêa busca no STJ (Superior Tribunal de Justiça) a anulação da operação da PF.

O levantamento feito pela Folha também indica um aumento significativo nas contribuições de outras grandes empreiteiras em 2010, em comparação às eleições de 2006.

Neste ano as companhias do grupo da construtora Andrade Gutierrez fizeram doações que totalizaram R$ 58,3 milhões a candidatos, comitês financeiros de campanha e diretórios nacionais.

Nas eleições de quatro anos atrás, as contribuições da Andrade Gutierrez somaram R$18 milhões.

Também foi grande a elevação das doações da construtora OAS em 2010.

Na comparação com 2006, o valor de contribuições da empreiteira quase triplicou –saltou do total de R$ 11,9 milhão para R$ 34,3 milhão.

A totalização de prestação de contas já disponível no site do TSE indica ainda que a construtora Odebrecht também elevou o valor de suas doações. O montante de contribuições foi de R$ 7,8 milhão, em 2006, para R$10,8 nas eleições deste ano.

Todos os valores relativos às doações de 2006 mencionados na reportagem foram corrigidos pelo índice IPCA.

Os números sobre as doações para diretórios nacionais de partidos em 2010 referem-se somente ao período eleitoral iniciado em julho.

Já os dados relativos às receitas dos diretórios nacionais em 2006 abrangem as contribuições feitas durante todo aquele ano.

Os registros do TSE sobre montantes desembolsados pelas empreiteiras ainda subirá até o final do mês, quando serão divulgadas as prestações de contas dos candidatos que disputaram cargos no segundo turno das eleições, entre eles a presidente eleita, Dilma Rousseff (PT), e José Serra (PSDB).

A maioria dessas empresas recebe recursos públicos de diferentes esferas (federal e estadual) e disputa concorrências do bilionário canteiro de obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). (UOL)