Iniciou nesta sexta-feira, 26, a segunda fase da transição entre o governo Yeda Crusius (PSDB) e o futuro governo gaúcho, do eleito Tarso Genro (PT). Os grupos técnicos divididos dentro da equipe de transição de Tarso terminaram os levantamentos sobre estrutura, projetos e programas das áreas do governo e, a partir de agora, os secretários indicados pelo governador eleito passarão a se reunir com os da gestão atual. As conversas são para que os futuros gestores tomem conhecimento da realidade das diferentes áreas do executivo.
Nesta quinta-feira, 25, o futuro chefe da Casa Civil, Carlos Pestana, se reuniu com o atual, Bercílio Luiz da Silva, no Centro de Treinamento da Procergs. Segundo Pestana, o encontro possibilitou a troca de informações sobre as subchefias e o número de servidores efetivos. “É algo em torno de 10 servidores efetivos apenas. Mas ele ainda vai precisar o número”, disse. O restante dos quadros são de Cargos em Comissão (CCs), que no governo atual somam quase quatro mil cargos em todo o executivo. Pestana aproveitou a oportunidade e solicitou o repasse da lista de convênios e projetos do órgão que estão encaminhados para que a sua equipe avalie e faça os encaminhamentos.
O futuro chefe da Casa Civil do governo Tarso também se reuniu nesta quinta com o atual secretário de Transparência e Probidade Administrativa, Francisco Luçardo. No encontro foram combinados os detalhes da posse do governador Tarso Genro. “Ele ficou de encaminhar alguém para fazer a mediação conosco, organizar os convites e demais detalhes da posse. Também estamos nos preocupando em resolver como será o deslocamento do futuro governador para participação da posse da Dilma (Rousseff)”, falou.
Repasse de dados
Segundo Luçardo, o processo de atendimento das solicitações da equipe de transição de Tarso não está tão célere, porém, garante que não há morosidade. “Estamos indo bem e já repassamos os dados sobre a estrutura de todas as secretarias”, garantiu. Sobre os dados das finanças do estado, nenhum dos governos comentou até agora, mas Luçardo disse que estava prevista uma reunião entre os dois secretários da Fazenda. Porém, como o convidado à titularidade da pasta no governo Tarso, o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, está em Brasília, o encontro ainda não ocorreu.
Sobre a possibilidade de Arno permanecer em Brasília no primeiro ano do governo da presidente eleita Dilma Rousseff (PT), ainda não há confirmação oficial. As informações que circulam entre os integrantes do PT e na equipe de transição de Tarso é de que o desejo de Arno é voltar para o seu estado de origem, mas, como costuma respeitar a hierarquia, tende a aceitar o pedido da transição de Dilma.
Cronograma
As reuniões entre os secretários dos dois governos seguirão acontecendo nos próximos dias. No dia 29, segunda-feira, a futura secretária de Administração, Stela Farias (PT), se encontra com o atual, Eloi Guimarães.
No mesmo dia, haverá uma reunião de trabalho entre o futuro vice-governador, Beto Grill; o chefe da Casa Civil, Carlos Pestana; o futuro Assessor Superior do Governador, Flávio Koutzii e o coordenador da bancada do PT na Assembleia Legislativa, João Victor Domingues.
Segundo João Victor, temas considerados emergenciais para a transição precisam de providências. Entre eles, os convênios que dependem do pagamento das contrapartidas para não perder os recursos da União, os programas de saneamento e os de prevenção durante o verão, assim como alguns convênios que dependem da Caixa RS.
Na avaliação do vice-governador Beto Grill, que coordenou os trabalhos dos grupos técnicos da transição, o levantamento da estrutura do governo gaúcho está em fase inicial, mas já permite que se projete o planejamento do próximo governo. Os relatórios dos grupos que trabalharam na primeira fase da transição serão entregues ao vice-governador na próxima segunda-feira.
Fonte: Rachel Duarte – Sul 21
