Dos 5 indicados do PMDB, Dilma convidou apenas 3
Alan Marques/Folha
Dilma Rousseff prolonga a mais não poder o fechamento da negociação da cota de ministros do PMDB.
Nesta terça (7), como já noticiado aqui, completou-se a lista de cinco nomes que comporão a cota do PMDB na “nova” Esplanada.
Porém, apenas três mereceram, por ora, a deferência de um convite formal de Dilma.
Dois foram convidados na semana passada: Wagner Rossi, mantido na Agricultura; e o senador Edison Lobão, recondizido às Minas e Energia.
Um, Pedro Novais, deputado maranhense do grupo de José Sarney indicado para o Turismo, foi contactado por Dilma nesta terça.
Moreira Franco, que aceitou a Secretaria de Assuntos Estratégicos depois de ter refugado o posto, ainda não foi procurado pela dona da caneta.
Também o senador Garibaldi Alves (RN, na foto), indicado para a Previdência, pasta que o PMDB do Senado refugara, aguarda na fila de espera.
Em conversa com o repórter, um dos operadores de Dilma chamou a demora de “prudência”. Um líder do PMDB classificou-a de “humilhação”.
Deve-se a hesitação de Dilma a um vaivém que movimentou os porões brasilienses durante o dia.
Antes que Garibaldi Alves fosse levado à boca do palco, o preferido do PMDB do Senado era Eduardo Braga, senador recém-eleito pelo Amazonas.
O problema é que Braga, ex-governador de seu Estado, recusou a Previdência, um posto associado à ideia de déficit e à perspectiva de reformas impopulares.
Em movimento de última hora, o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros tentou enfiar o “problema” da Previdência dentro da cota do PMDB da Câmara.
Sugeriu uma troca: Eduardo Braga iria à Agricultura, Wagner Rossi seria deslocado para o Turismo e Pedro Novais encararia a Previdência.
A bancada da Câmara não topou. Só então emergiu, com um semblante de “plano B” o nome de Garibaldi.
Trata-se de senador que, na eleição de outubro, foi às urnas em aliança branca com uma dupla do DEM.
Associou-se às candidaturas ‘demos’ de Rosalba Ciarlini, eleita governadora do Rio Grande do Norte, e de Agripino Maia, reeleito senador.
Dilma parece disposta a referendar o nome de Garibaldi. Mas deseja que a aversão do PMDB à Previdência seja substituída por sinais de entusiasmo.
É como se Dilma quisesse demonstrar à caciquia do PMDB que, equanto a legenda vem com a farinha, ela já preparou a farofa.
uol/Escrito por Josias de Souza às 23h54