18/01/11
Rachel Duarte/sul-21
O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, retornou nesta terça-feira (18) da viagem de dois dias a São Paulo e Rio de Janeiro, com sinal verde para continuar as negociações com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A informação foi confirmada por ele ao final da reunião de mais de uma hora com o presidente da instituição, Luciano Coutinho. Tarso e os secretários Odir Tonollier (Fazenda) e João Motta (Planejamento, Gestão e Participação Cidadã) saíram da sede do BNDES, no Rio de Janeiro, com outra boa notícia: o banco tem disponível para o RS, desde 2009, R$ 140 milhões. Estes recursos são do Programa Emergencial de Financiamento do Governo Federal, criado para ajudar os estados brasileiros a diminuírem os efeitos da crise global.
Além dos R$ 140 milhões, o governo Tarso solicitou ao BNDES que sejam liberados outros R$ 11 milhões, destinados a modernizar a gestão tributária do Estado. A promessa do Banco é de liberar o total de recursos em cerca de dois meses. Parte da verba que se encontra no BNDES desde 2009 será usada para reembolsar o Estado pelos investimentos que realizou na ERS 471. O restante, o Estado aplicará na construção de rodovias (R$ 70 milhões), na saúde (R$ 8 milhões) e na segurança (R$ 8 milhões em programas de prevenção à violência), entre outros projetos.
Apesar da rápida liberação dos recursos, o objetivo maior do governo Tarso ainda não foi alcançado: obter do BNDES e do Banco Mundial R$ 2 bilhões. As negociações caminham bem. Com as cartas-consultas prontas desde o período da transição, Tarso não perdeu tempo e garantiu a conversa com o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, na terceira semana de seu governo. A intenção é obter no banco nacional um financiamento de R$ 1,3 bilhão para aplicar exclusivamente em infraestrutura e áreas sociais. O valor inicial da negociação — R$ 1,7 bilhão — sofreu uma redução de R$ 400 milhões.
Sem exageros
No encontro com o presidente do BNDES, no Rio de Janeiro, Tarso apresentou o programa de retomada do desenvolvimento do Rio Grande do Sul, detalhado na segunda-eira (17), com o apoio de especialistas da Fundação Getúlio Vargas. O governador buscou o apoio da instituição assim que aterrissou em solo carioca.
Tarso entregou a Luciano Coutinho a carta-consulta, que servirá de base para o contrato entre o Rio Grande do Sul e o BNDES. “A nossa proposta de recursos não é uma proposta exagerada. O orçamento do Estado do Rio Grande do Sul é um orçamento grande e vai crescer em 2011. O Estado, com o aval do novo momento político, está atraindo massivamente investimentos de fora do Estado e do país. E nós estamos preparados para recebê-los, induzi-los e financiá-los, inclusive com a possibilidade das renúncias e concessões fiscais que ainda podemos fazer”, ressaltou Tarso ao final da sua explanação aos executivos do BNDES.
O governador gaúcho encerrou a sua fala dando exemplos de iniciativas que estão sendo adotadas pelo seu governo e que, segundo ele, vão resultar em crescimento econômico e social, como a criação da Agência Gaúcha do Desenvolvimento e da Promoção do Investimento, a conquista de um voo direto de Porto Alegre a Lisboa por meio de negociações com a TAP e a instalação, em Passo Fundo, da fábrica americana de guindastes.
O último pedido do governador foi para que o BNDES desse celeridade no processo de negociação com o Rio Grande do Sul, já que o Estado estava há mais de 10 anos impedido de fazer financiamento para a realização de investimentos. O presidente do banco, Luciano Coutinho, garantiu atenção especial da sua equipe na transação.
Também participaram do encontro, a assessora da presidência da República, Helena Lastres, os diretores de Infraestrutura e da Área Social do BNDES, Wagner Bittencourt e Ricardo Ramos, além de outros membros da diretoria do BNDES.
O programa de governo de Tarso Genro, apresentado ao BNDES, visa fortalecer e integrar as cadeias produtivas das diversas regiões do Estado, através de qualificação tecnológica, programas de qualificação de mão-de-obra, construção de estradas, entre outras ações. Nas próximas semanas as equipes técnicas das secretarias da Fazenda e do Planejamento vão aprofundar os detalhes das negociações. Os gaúchos vão dar detalhes de onde e como os recursos serão aplicados.