22/01/11
Polícia estima que 90% dos bancos tenham perdas por fraudes via Internet
Os crimes praticados contra bancos por meio da Internet trouxeram, somente em 2010, prejuízos de quase R$ 1 bilhão às instituições e muita incomodação a milhares de clientes em todo o país. No Rio Grande do Sul, o crescimento desse tipo de crime levou até mesmo à criação da Delegacia de Repressão aos Crimes Informacionais, ligada ao Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). O titular da unidade, delegado Marcínio Tavares, vai além. Segundo ele, cerca de 90% das perdas financeiras das instituições bancárias hoje ocorrem via Internet. Com isso, esse tipo de delito vem se tornando um dos mais rentáveis. "Não é como no assalto feito com violência contra agências. Esse é realizado contra centenas de usuários, lesados em pequenas quantias e que no cômputo geral chegam a milhares de reais", enfatiza. Tavares estima que 90% das fraudes sejam feitas pelo uso de meios físicos para a obtenção de dados e senhas dos correntistas, como a utilização dos chamados "chupa-cabras". Os dispositivos são colocados em caixas eletrônicos, permitindo que criminosos tenham acesso aos dados digitados pelos clientes. "De posse dessas informações, os crackers ou bankers, que atuam no crime contra os bancos, atacam as contas. "Eles não trazem prejuízo ao correntista, que é ressarcido, mas geram muitos transtornos", observa. Segundo o delegado, cada vez mais os novos criminosos cibernéticos entram em atividade, principalmente devido à falta de segurança dos computadores pessoais. Destaca que o uso de softwares piratas impossibilita a atualização de programas de segurança, tornando as máquinas mais vulneráveis. "Os bankers criam os chamados e-mails maliciosos, nos quais se passam por instituições bancárias para conseguir dados cadastrais e senhas que são usadas para outros crimes que não o desvio de recursos: como estelionato, onde empresas são formadas para dar golpes", ressalta. Um exemplo são empresas digitais que oferecem produtos ou serviços, mas não entregam mercadorias ou realizam as ações. Tavares reforça a necessidade de mais cuidado na rede. "As pessoas propiciam as ocorrências e acabam permitindo que esses criminosos se unam em bandos ou em quadrilhas especializadas", afirma. |