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Ministro da Defesa alega que documentos da ditadura sumiram

Jobim: "Nós já levantamos os documentos todos, não têm" | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Desde que se iniciaram os debates da Lei de Acesso à Informação, que abriria precedente para divulgação de documentos sigilosos referentes à ditadura militar, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, ainda não havia se manifestado a respeito do assunto. Nesta segunda (27), ele emitiu a declaração de que esta polêmica não deverá encontrar resistência nas Forças Armadas já que, segundo ele, esses papéis já “desapareceram”. Conforme declaração do ministro, papéis referentes à quase três décadas (1964-1985) desaparecem de forma ilegal.

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Jobim enfatizou que a abertura dos arquivos não consistirá em incidentes políticos entre agentes do regime militar e a sociedade brasileira devido à inexistência de provas que comprovem casos de tortura, assassinatos ou desaparecimento de presos políticos. “Não há documentos [sobre o governo militar], nós já levantamos os documentos todos, não têm. Os documentos já desapareceram, já foram consumidos à época”, afirmou Jobim. “Então não tem nada, não tem problema nenhum em relação a essa época”, completou.

Jobim também opinou que a divulgação de documentos do governo não seria capaz de fornecer uma nova versão dos fatos históricos, especialmente sobre a ditadura militar. “Não temos nada a esconder, todo mundo já conhece, não tem nenhum mistério”, alegou. Jobim também minimizou qualquer efeito prejudicial à diplomacia brasileira com países da América Latina, sobretudo o caso paraguaio. “Basta ler sobre a Guerra do Paraguai. Tem um livro extraordinário de um professor de história de Brasília que bota a guerra dentro do quadro histórico”, disse Jobim.

Ao contrário dos ex-presidentes e atuais senadores Fernando Collor e José Sarney, Jobim elogiou a íntegra do texto aprovado na Câmara dos Deputados que limita a uma única vez a renovação do prazo do sigilo dos documentos. Se o texto for aprovado pelo Senado, os documentos secretos poderão ser divulgados em 25 anos, podendo ser renovados por igual período.

Com informações da Folha de S. Paulo e O Estado de S.Paulo