Manifestações ocorreram na ERS-401, em Charqueadas, na BR-472, em Uruguaiana, e na RST-470, em Bento Gonçalves
Menos de duas horas após policiais militares realizarem o primeiro protesto por melhores salários na Capital, outras três ocorrências foram registradas em rodovias do Estado.
A primeira barricada com queima de pneus foi registrada em Uruguaiana, na Fronteira Oeste. Por volta de 3h30min, BR-472 foi interrompida parcialmente na altura do km 568. Conforme a Polícia Rodoviária Federal, foram encontrados no local uma faixa com os dizeres “Por um salário digno” e um boneco vestindo uma farda similar à da Brigada Militar. O trecho chegou a ser interrompido para que o Corpo de Bombeiros pudesse limpar a pista, que foi totalmente liberada às 4h15min.
Cerca de uma hora depois, o km 27 da ERS-401, em Charqueadas, também foi bloqueado. Informações preliminares da BM detalham que os dois sentidos foram interrompidos no local.
Já na RST-470, em Bento Gonçalves, na Serra, o protesto foi percebido às 5h15min próximo à Ponte do Rio das Antas. Segundo o Comando Rodoviário da BM, junto à barricada, foi encontrada uma faixa que dizia: "Quarto PIB nacional, pior salário da Polícia Militar".
A onda de bloqueios de rodovias com pneus em chamas aumentou a tensão em torno da negociação salarial entre governo e a entidade que representa os soldados da Brigada Militar.
Depois de apoiar sete protestos e acertar uma trégua, a Associação Beneficente Antônio Mendes Filho (Abamf), entidade que representa servidores de nível médio da BM, perdeu o controle sobre os incendiários que voltaram a trancar estradas.
Na sexta-feira, em reunião no Piratini, o presidente da Abamf, Leonel Lucas, empenhou a palavra, garantindo o fim das manifestações, pelo menos, até o próximo encontro com o governo, agendado para a tarde de quarta-feira.
Visualizar Pneus incendiados em um mapa maiorOutros ataques:
Os protestos de policiais militares por melhores salários chegaram também à Capital na madrugada desta quinta-feira. Uma série de pneus foram queimados na Avenida Mauá, esquina com a Rua Carlos Chagas, no centro de Porto Alegre, por volta de 2h30min.
Uma das faixas ameaça: "A Brigada vai parar"
Foto: Lauro Alves
Um protesto interrompeu parcialmente o trânsito em uma rodovia do Estado. Na madrugada de quarta-feira, em Rosário do Sul, na Região Central, pneus foram queimados no km 471 da BR-158 (Rosário do Sul-Santana do Livramento). Das 3h20min às 4h, os veículos que passaram pelo local tiveram de usar o acostamento para seguir viagem.
Queima ocorreu no km 471 da BR-158
Foto: Divulgação/PRF
Uma equipe da Polícia Rodoviária Federal (PRF) ficou no local monitorando o trânsito até as chamas se apagarem, momento em que os pneus foram retirados da pista. Ao lado da rodovia, foi colocada uma faixa com questionamentos ao governo Tarso Genro a respeito do salário dos policiais militares.
Houve protesto também em São Luiz Gonzaga, nas Missões. Pneus foram queimados na BR-285, no km 565, por volta de 23h30min de terça-feira.
Em Caçapava do Sul, uma faixa foi colocada na terça-feira, na entrada da cidade, também em protesto por melhores salários para os PMs.
A BR-386 ficou completamente bloqueada em Canoas, na Região Metropolitana, por uma pilha de pneus que foram incendiados por volta das 4h de terça-feira. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) anunciou a liberação da pista cerca de 45 minutos depois do incidente.
Em Alegrete, na Fronteira Oeste, o protesto ocorreu no Km 571 da BR-290. A rodovia não chegou a ser bloqueada, mas pneus também foram queimados. Já na BR-471, em Santa Vitória do Palmar, na Região Sul, o bloqueio ocorreu na noite de segunda-feira.
Pneus foram queimados na BR-471, no sul do Estado
Foto: PRF, Divulgação
Na madrugada de segunda-feira, em Lajeado, os bombeiros precisaram ser chamados às 2h20min, no km 337 da BR-386. Sobre parte da via queimavam 10 pneus, obrigando os veículos a trafegarem em meia-pista. Ao lado dos pneus, uma faixa estendida falava do salário dos policiais militares no Vale do Taquari, remetendo o protesto aos outros feitos no Estado, que reivindicam aumento salarial aos policiais.
Protesto deixou trânsito em meia-pista na BR-386
Foto: PRF, Divulgação
Logo depois da meia-noite, em Santiago, na Região Central, no km 402 da rodovia Santiago — São Borja (BR-287). Os pneus colocados no centro da pista foram queimados, deixando no entanto, passagem pelas laterais para os veículos.
Cartaz de campanha salarial de PMs foi colocado na via
Foto: PRF, DivulgaçãoNa madrugada da última quarta-feira, três rodovias gaúchas foram alvo de queima de pneus. A autoria das manifestações é atribuída a policiais militares em campanha salarial.
O fogo produzido pela queima de pneus às margens da rodovia Erechim — Concórdia (BR-153) também surpreendeu os motoristas que passavam pela via às 4h30min desta quarta-feira. Ao lado, uma faixa de protesto reclamava do salário pago aos policiais militares.
Fogo não chegou a interromper o trânsito em Erechim
Foto: Alderi BertuzziA rodovia Ivoti — Novo Hamburgo (BR-116) ficou interditada por uma hora, no km 232, em Estância Velha. Os pneus, espalhados por toda a extensão da rodovia pegaram fogo desde as 5h da manhã. Ao lado dos pneus, uma faixa estendida fazia referência ao piso salarial nacional dos policiais militares.
Pneus foram queimados também em Estância Velha
Foto: PRF, Divulgação
Em Santa Rosa, no noroeste do Estado, pneus foram incendiados por volta das 23h de terça-feira. O fogo provocou bloqueio da ERS-344, no km 46, saída para Giruá. De acordo com a Polícia Rodoviária Estadual, o trânsito ficou interrompido por cerca de 1h30min. Na entrada da cidade, uma faixa alerta para os baixos salários recebidos pelos policiais militares no Estado.
Faixa foi colocada na entrada de Santa Rosa
Foto: Frani CentenaroNa última segunda-feira, cerca de 30 pneus foram incendiados na BR-285, em Passo Fundo, no norte do Estado. Faixas alusivas ao salário dos policiais também foram colocadas na via. Manifestação semelhante já havia sido feita em Frederico Westphalen, também no Norte, no dia 4 de agosto. A polícia investiga a autoria dos protestos.
ZERO HORA