Governo prometeu apresentar data para incorporação dos abonos ao vencimento básico | Foto: Claudio Fachel/ Palacio Piratini
O governo estadual apresentou na tarde desta segunda-feira (12) uma proposta de reajuste salarial aos soldados, cabos, sargentos e tenentes da Brigada Militar. Para contemplar o reajuste de 25% com base no salário dos soldados, a Casa Civil sugeriu dois abonos, que totalizam R$ 300 – um soldado ganha salário inicial de R$ 1.170. O primeiro abono, de R$ 140, será pago a partir de outubro e o segundo, de R$ 160, em abril de 2012.
“Nós achamos a proposta boa na parte emergencial, do abono de 25%”, disse o presidente da Associação Beneficente Antônio Mendes Filho (Abamf), Leonel Lucas, que representa os soldados e cabos. O dirigente ressaltou, no entanto, que o governo precisa definir quando este abono vai ser incorporado ao vencimento básico.
A preocupação é a mesma do vice-presidente da Associação dos Sargentos, Subtenentes e Tenentes da Brigada Militar (Asstbm), Olivo Moura. “O abono é um pagamento temporário, amanhã ou depois pode ser retirado”, afirmou. A Casa Civil prometeu para esta quinta um cronograma para a incorporação dos abonos ao vencimento básico. Só com este cronograma em mãos a associação irá apresentar a proposta à categoria. Moura ressaltou ainda que o reajuste de 25% do calculado pelo salário dos soldados atende apenas em parte o que reivindicavam os servidores, que queriam que fosse retroativo a março de 2011.
Os brigadianos cobram também um cronograma para reajustes até 2014. Leonel Lucas recordou que o governador Tarso Genro prometeu em campanha que o vencimento básico dos soldados chegaria a R$ 3,2 mil no último ano de seu mandato. Olivo Moura ressaltou que todas as categorias da Brigada, incluindo oficiais, pleiteiam que a partir de 2012 haja mais R$ 400 milhões na matriz salarial da corporação para ser dividido com as outras categorias.
Para o chefe da Casa Civil, Carlos Pestana, o abono sinaliza que o governo do Estado está comprometido em valorizar os salários dos brigadianos. “Entendemos que a categoria precisa, realmente, ser melhor remunerada e é por isso que nossa proposta vai ao encontro do pleito dos brigadianos. Este é o primeiro passo que damos no sentido de oferecer um ganho real aos salários dos policiais e uma clara sinalização de que a gestão Tarso Genro vai honrar seu compromisso de valorizar os salários dos servidores da segurança pública”, afirmou.
A oposição não perdeu tempo e já se manifestou sobre a proposta. Por meio de sua assessoria, o líder da bancada do PMDB, Giovani Feltes, disse que o reajuste de 25% “mantém a Brigada Militar com o pior salário em todo o país”. O deputado afirmou ainda que o PT sempre considerou que abono não é salário e defendeu que os soldados devem continuar pleiteando um piso salarial de R$ 3,2 mil – definido pela PEC 300 que tramita no Congresso – o que seria uma promessa eleitoral do governo.
