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PSD não será contra nem a favor, diz governador de Santa Catarina

Rachel Duarte e Daniel Cassol

O Partido Social Democrático (PSD) será uma alternativa à polarização entre governo e oposição no Brasil, avalia o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, que esteve nesta quinta-feira (29) em Porto Alegre para uma reunião do Conselho de Desenvolvimento da Região Sul (Codesul). “Não podemos mais ficar nesta posição contra ou a favor. Temos que avançar para um equilíbrio, uma posição de centro”, disse o governador, para quem a política brasileira “não tem mais distinções ideológicas”.

“O movimento que estamos fazendo é a ação de propor uma nova prática política. Nós acreditamos que isto é possível, mas não será fácil, porque os protagonistas serão os mesmos. Não queremos ficar na retórica de que é preciso fazer a reforma tributária ou a reforma política, queremos fazê-las. E queremos ser instrumento disso”, afirma Colombo.

O registro do PSD foi aceito nesta quarta pela Justiça Eleitoral. O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, estima que o partido tenha 58 deputados federais, número inferior apenas aos do PT e do PMDB. Entre os dias 7 a 15 de outubro, os partidos devem apresentar à Justiça Eleitoral a listagem de filiados que poderão se candidatar nas eleições de 2012.

Para o governador catarinense, entre os quadros do PSD “tem gente da base governista, tem gente que não é”. Além disso, será de “absoluta liberdade” a relação do partido com o governo Dilma Rousseff. “Para seguir enfrentando o combate à corrupção, a presidenta Dilma terá todo nosso apoio, mas se para melhorar a saúde tiver que voltar a CPMF, infelizmente não poderemos acompanhar.”

Para Colombo, a proposta do PSD de lançar uma nova Constituinte em 2014 não tem a ver com oportunismo político. “É um estudo profundo. Nós achamos que as mudanças precisam ser feitas em cima desta questão, para aprofundar as discussões sobre o Brasil e, principalmente, esta crise ética no país”, destaca.

Danrlei: “Vamos convidar pessoas que ainda não ingressaram na política e que tenham vontade de fazer um bom trabalho" | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Danrlei: PSD pode ter “mais de um” vereador em Porto Alegre

Procurado há dez dias para ser o presidente do PSD no Rio Grande do Sul, o ex-goleiro do Grêmio e deputado federal Danrlei de Deus, até então no PTB, não parou de atender telefonemas desde a manhã desta quarta, quando foi oficializado como figura do novo partido no Estado. Segundo o deputado, o PSD poderá ter “mais de um” vereador com mandato atualmente em Porto Alegre, não descarta ter candidato a prefeito em 2012 e buscará nomes conhecidos que ainda não ingressaram na política.

O PSD vai priorizar a filiação de potenciais candidatos a prefeito e vereador em 2012, já que o prazo final se esgota no dia 7 de outubro. Segundo Danrlei, antes do anúncio oficial, já eram mais de 70 pedidos de vereadores e prefeitos do interior gaúcho buscando filiação, número que teria aumentado consideravelmente desde a quarta-feira. Em Porto Alegre, o PSD pode conquistar vereadores com mandatos na Câmara.

“Há a possibilidade de vereadores virem para o partido, além de nomes que podem concorrer”, diz o deputado. Danrlei não descarta a possibilidade de o partido ter candidato a prefeito de Porto Alegre, mas diz que é muito cedo para fazer qualquer previsão. “É muito cedo para dizer alguma coisa. O partido tem apenas um dia. Deixa acabar essas questões, ver os nomes que teremos e juntos vamos ver o que é melhor”, destaca.

De acordo com Danrlei, o próximo passo será buscar a filiação de deputados estaduais e federais, que têm 30 dias para tomar a decisão. Nomes como o do deputado estadual Mano Changes (PP), do deputado federal Giovani Cherini (PDT) e do vereador Nelcir Tessaro (PTB) são elogiados pelo presidente do PSD, que diz no entanto não ter procurado nenhum até agora. “Não falamos com nenhum deputado, nenhum vereador, nenhum prefeito. Todos vieram até agora por iniciativa própria. Óbvio que, mais à frente, vamos fazer convites”, afirma.

O PSD também deve buscar, no Rio Grande do Sul, pessoas conhecidas do grande público em suas áreas de atuação, que não tenham vínculos partidários até o momento. “Vamos convidar pessoas que ainda não ingressaram na política e que tenham vontade de fazer um bom trabalho. Trabalhar, ajudar a crescer e ver na política a forma de fazer algo pelo Rio Grande do Sul e pelas pessoas”, destaca Danrlei.

Segundo o governador Raimundo Colombo, antes de Danrlei o PSD no Rio Grande do Sul era debatido com um grupo dentro do PP. “Mas, por questões internas, se afastaram”, diz.

Classmann: "Ele foi eleito pelo voto dos gremistas, não tinha um comprometimento partidário" | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Deputado do PTB vê “posição isolada”

Líder do PTB na Assembleia Legislativa, o deputado Aloisio Classmann considera a decisão de Darnlei de abandonar o partido como uma “posição isolada” que não deve ter maiores reflexos na sigla.

“Ele foi eleito pelo voto dos gremistas, não tinha um comprometimento partidário. Acredito que ele não vai conseguir levar companheiros que realmente são militantes do partido, que fizeram o PTB”, afirma Classmann.

O petebista critica o fato de Danrlei não ter comunicado a decisão de sair do partido e questiona a afirmação do ex-goleiro gremista, de que não teria espaço no PTB. “Lamentamos a saída dele, foi uma saída sem uma comunicação, uma palavra sequer. Ele participava das uniões da executiva estadual, discutia em alto nível”, aponta.