Todos devem voltar ainda nesta quarta-feira para seus Estados de origem
Revoltados com as condições de trabalho na obra da Arena do Grêmio, um grupo de 150 operários pediu demissão nesta quarta-feira. Cerca de 40 policiais militares acompanharão o grupo até a rodoviária para garantir o retorno de todos aos Estados de origem ainda hoje.
Os trabalhos na obra foram retomados nesta terça-feira, depois da segunda-feira de luto devido à morte do trabalhador José Elias Machado, de 40 anos, que morreu atropelado. Em razão do acidente, houve protestos com alojamentos queimados. O descontentamento seria em razão da localização de alojamentos, que ficavam na lado oposto da rodovia. A construtora garante que nos dias de trabalho há transporte de operários. O acidente ocorreu em dia de folga.
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A maioria é do Maranhão. Os operários não concederam entrevistas, mas garantem que estão indo embora por falta de segurança. Grande parte queria ficar até o fim do projeto Arena. A OAS garantiu que irá pagar todos os direitos aos trabalhadores.
A obra da Arena contava com 1,2 mil operários antes das demissões. A estimativa da OAS e da Grêmio Empreendimentos é que, até o final do ano, o futuro estádio gremista comporte 2 mil trabalhadores.
Nesta quarta-feira, a polícia indicou um suspeito pelo incêndio. O homem de 22 anos foi apontado por quatro pessoas diretamente e por outras quatro através de foto.
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O jovem vai responder pelo crime de dano, incêndio criminoso, paralisação do trabalho seguida de violência e perturbação da ordem. Preliminarmente, ele é o único suspeito do crime.
O Ministério Público do Trabalho (MPT-RS), apura as circunstâncias do acidente e informou que a empresa pode ser responsabilizada caso seja comprovada denúncia de que os trabalhadores estavam expostos ao risco de atropelamento por ter de atravessar a freeway entre as obras e os alojamentos.