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Artistas e jogadores vão responder a inquérito

Os jogadores de futebol Emerson, o Sheik, do Corinthians; Diguinho, do Fluminense; e Kleberson, do Atlético Paranaense, e os cantores Latino e Belo estão entre os famosos que tiveram seus carros confiscados na sexta-feira durante a maior operação realizada pela Polícia Federal este ano no país para desarticular uma organização criminosa especializada em contrabando de automóveis de luxo . O grupo, segundo as investigações, teria se beneficiado do esquema montado pela máfia israelense e os bicheiros do Rio para venderem carros de luxo importados por preços muito abaixo do mercado.

Segundo as investigações federais, jogadores e cantores, além de empresários de várias partes do país, teriam comprado veículos com a quadrilha, obtendo vantagens como descontos de até R$ 150 mil. A PF informou que, além do confisco dos veículos, todos poderão ser processados por crime de contrabando caso não consigam provar que agiram de boa-fé. 

Entre os 35 carros de luxo apreendidos em todo país, havia um Lamborghini Gallardo LP 560, avaliado em R$ 1,3 milhão, em São Paulo.

– Embora os veículos contrabandeados chegassem pelos portos, não temos elemento que indiquem a participação de servidores aduaneiros no esquema. Além dos carros, eles contrabandeavam pedras preciosas, que chegavam ao Brasil com o certificado de origem (documento que comprova de onde é a pedra) falsificado – adiantou o procurador Antônio do Passo Cabral, do MP federal.

Em Curitiba, no Paraná, a Polícia Federal apreendeu um Jeep Hummer na casa do jogador Kleberson. Em nota, o jogador diz que comprou o carro em abril do ano passado, "numa empresa em regular funcionamento e que o valor devido foi integralmente pago, da forma ajustada, e consta da nota fiscal" emitida em seu nome.

– É contrabando adquirir um veículo de maneira fraudulenta na concessionária. Vamos analisar cada caso para identificar as fraudes – afirmou Marcus Vinicius Vidal Pontes, superintendente da Receita Federal no Rio.

Emerson, Diguinho, Kleberson, Latino e Belo disseram que as documentações dos carros estavam corretas.

Na operação, 13 pessoas foram presas, 35 carros de luxo apreendidos e mais de R$ 50 milhões em bens e dinheiro em conta bancárias foram confiscados em 14 estados. A organização criminosa especializada em contrabando de automóveis de luxo seria financiado por contraventores ligados à máfia israelense, conhecida como "Albergil Femily", e estaria envolvido em lavagem de dinheiro da contravenção, exploração de máquinas caça-níqueis e tráfico de pedras preciosas. O dinheiro também era lavado através da compra de imóveis de luxo.

A PF batizou a operação, realizada em parceria com a Receita Federal e o Ministério Público federal, de "Black Ops" (expressão em inglês para operações clandestinas). Ao todo foram expedidos 22 mandados de prisão e 119 de busca a apreensão. Policiais federais e auditores da Receita vasculharam mais de 30 revendedoras de carros importados no país. Pelo menos 15 empresas supostamente fantasmas e operadas por "laranjas" contratados pela quadrilha estão sofrendo ação fiscal.Em um ano, segundo as investigações, a quadrilha importou 103 veículos.

globo