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Sem consenso, disputa no PSB gaúcho pode ter uma terceira via

 

Com disputa entre dois grupos, Miki Breier cogita lançar chapa de consenso no PSB. "Ninguém compreende esta polaridade" | Foto: Agência AL-RS

A disputa pela direção do PSB no Rio Grande do Sul poderá se resolver com uma terceira via. O deputado estadual Miki Breier lidera o movimento e diz estar representando grupos do interior do Estado, descontentes com a polarização na sigla. Até agora só está oficializada a candidatura do atual presidente, Caleb de Oliveira. Há uma chapa de oposição já anunciada, liderada pelo deputado estadual Heitor Schuch, que critica falta de transparência dos atuais dirigentes.

A definição sobre a direção do PSB gaúcho ocorrerá no Congresso Estadual do partido, no próximo final de semana, na Assembleia Legislativa. Se não houver consenso até lá, a tendência é que o partido opte pela terceira chapa como uma via conciliadora. “Muitos companheiros do interior não querem ficar de nenhum dos lados. Ninguém compreende esta polaridade”, afirma Miki Breier.

Segundo o deputado, o crescimento do partido no último processo eleitoral deveria superar quaisquer divergências que separam os representantes das duas chapas. “Tudo poderia ser resolvido de outra forma se houvesse esta compreensão. Eu entendo que a disputa interna do partido é vista como algo natural, mas temos que ter críticas mais maduras diante do tamanho que tomou nosso partido com a última eleição”, avalia.

Catarina: "Depois de várias reuniões e tentativas de buscar um espaço maior, optamos em buscar um espaço dentro de uma construção interna" | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

O PSB está à frente de 12 prefeituras gaúchas e possui 117 vereadores, além de ser o partido do vice-governador Beto Grill e do secretário de Infraestrutura e Logística, Beto Albuquerque. Com a movimentação para as disputas eleitorais de 2012, onde PT e PSB não são aliados em vários municípios, a inclinação da chapa de oposição é priorizar a sigla. “Haverá municípios em que estaremos contra o PT, então estamos dizendo que teremos que pensar como PSB”, afirma o deputado estadual Catarina Paladini.

Catarina integra o grupo crítico à atual direção do PSB estadual e explica que a divergência é antiga. “Este processo deriva de um não entendimento entre os quatro deputados que compõem a chapa atual com os que acham que podem contribuir com o novo momento do partido. Depois de várias reuniões e tentativas de buscar um espaço maior, optamos em buscar um espaço dentro de uma construção interna”, explica.

Junto com Catarina no apoio a Heitor Schuch estão os deputados federais Alexandre Roso e José Stédile. Já em apoio ao presidente Caleb de Oliveira estão Beto Albuquerque, Beto Grill e o deputado federal Luis Noé.

Atual presidente do PSB, Caleb de Oliveira (d) é apoiado por Beto Grill (e) e por Beto Albuquerque | Foto: Eduardo Seidl/Palácio Piratini

Os argumentos levantados pelo grupo de Heitor Schuch para sustentar a oposição interna no partido dão conta de que os atuais dirigentes estaduais não querem abrir mão do poder. “Criou-se uma contrariedade à nossa movimentação. É legitimo, o partido deveria salutar isso. Queremos renovar o partido, utilizar a relação via mídias sociais e envolver a sociedade como um todo. Jogar peso na Constituição e nos movimentos sociais, já que o partido se diz socialista”, defende.

A direção atual do PSB foi procurada pelo Sul21 e não conversou sobre o processo de eleição interna do partido. Segundo a assessoria de imprensa da sigla, os dirigentes do partido só irão falar diretamente aos correligionários, no encontro do PSB neste final de semana.

Nesta terça, o grupo divulgou um manifesto, na qual defende o consenso em torno da chapa liderada pelo autal presidente do partido. “O PSB é um partido que não tem diferenças políticas de fundo. Temos identidade plena quanto à defesa dos pressupostos éticos que devem nortear a administração pública”, afirma o texto, defendendo que a atual gestão arrumou as finanças do partido (uma das críticas da oposição). “Nosso projeto é ampliar o partido e fortalecer suas alianças políticas para, em um futuro próximo, conquistar o governo do Estado”, completa o texto.