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Economistas anônimos revelam novo risco de quebra generalizada na banca norte-americana

O fantasma que apavora os investidores desde a eclosão da pior crise já vista ha história do capitalismo, em 2008, acaba de ganhar um novo contorno no artigo de um dos economistas que escrevem para a página Zero Hedge. O autor revela que o JP Morgan Chase e três outros grandes bancos norte-americanos detêm mais de 90% dos papéis podres, títulos dos chamados subprimes, origem da crise de confiança que abala os mercados dos países capitalistas, em uma esteira de falências e ameaças de defaults em dívidas de países na periferia da Europa.

O Zero Hedge é editado nos Estados Unidos, de responsabilidade indeterminada, mas apto a receber doações e vender produtos como camisetas e outros artigos, com renda revertida para a missão de “ampliar o alcance da informação financeira, econômica e política disponível para o público profissional da área de investimentos”. O grupo também se dedica a examinar “com ceticismo e, se necessário, atacar a instituição flácida que se tornou o jornalismo financeiro”.

Sob o anonimato de personagens como Tyler Durden e Marla Singer, figuras centrais do filme Clube da Luta, do diretor David Fincher, os economistas do Zero Hedge também visam “liberar o conhecimento oprimido, fornecer uma análise conjuntural desinibida e sem constrangimento político e facilitar a busca incessante pela liberdade de informação”. O método utilizado é “o discurso pseudônimo”.

O anonimato, segundo os autores da página, é “um escudo contra a tirania da maioria” e citam a Carta dos Direitos do Homem e a Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos da América do Norte: “para proteger os indivíduos contra retaliação impopular – e suas idéias de repressão – na mão de uma sociedade intolerante”. Após explicar as razões do uso de personagens para a assinatura de seus artigos, Tyler Durden revela uma série de informações contidas em relatórios do Office of the Currency Controller (OCC), instituição do governo norte-americano cuja missão primária é definir, regular e supervisionar as instituições bancárias dos EUA; além de supervisionar a presença e a atuação dos bancos estrangeiros instalados naquele país.

economistas

Os economistas do Zero Hedge obtiveram informações na OCC

Leia o artigo, na íntegra:

Banca norte-americana: a bomba relógio do mercado de derivados

Sabemos que o sistema bancário inventou (literalmente) o papel. Qual papel? Lixo, nada mais do que isso. São assets tóxicos, derivados sem valor, instrumentos financeiros atrás dos quais existe apenas o vazio. Não são uma riqueza, pelo contrário: são perigosos, são os alicerces acima dos quais foi construída a crise começada em 2008 e ainda não acabada.

O problema são as dívidas públicas dos Estados?

Sim, com certeza.

Os Estados Unidos têm uma dívida pública de US$ 14,5 trilhões.

O Produto Interno Bruto do planeta é de US$ 62 trilhões. E o JPMorgan Chase, banco privado, sozinho, tem US$ 78 trilhões em produtos derivativos.

O último relatório trimestral do Office of the Currency Controller acabou de sair e, de forma clara, apresenta a situação: os quatro maiores bancos dos Estados Unidos estão mergulhados (mas seria melhor dizer “afogados”) num oceano de papel que eles chamam “produtos financeiros derivativos” ou assets, mas que na realidade são papel sem qualquer valor.

Dos US$ 250 trilhões em valor nominal bruto em contratos derivativos (incluídos Interest Rate, FX, Contratti Equity, Commodity e CDS), dos 25 maiores bancos comerciais, quatro bancos detêm 94.4%.

JPMorgan Chase: US$ 78 trilhões
CitiBank: US$ 56 trilhões
Bank of America: US$ 53 trilhões
Goldman Sachs: US$ 48 trilhões.

Mas o risco aumenta cada vez mais pois, para poder obter lucros, estes bancos são obrigados a arriscar cada vez mais. Moral da história: a exposição cresceu US$ 5.3 trilhões ao longo do primeiro trimestre deste ano. E em caso de falência? Ninguém “cobre” estes derivativos? Afinal houve bancos que emitiram estes contratos e alguém terá de responsabilizar-se. Na teoria.

Na prática o caso Lehman (o banco falido em 2008) ensina-nos que por cada dólar de contrato será muito se recuperar US$ 0,20. No caso Lehman houve um banco em dificuldades e nem era o maior: podemos imaginar o resultado caso haja mais do que um banco em dificuldade. Ou um dos Big Four.