Desde 6 de dezembro, a Defesa Civil recebeu notificações e avalia prejuízos decorrentes da falta de chuva em Crissiumal, Fortaleza dos Valos, Trindade do Sul, Constantina, Engenho Velho, Novo Xingu, Rondinha, Fontoura Xavier, Santa Maria, Cruzeiro do Sul e Putinga.
De acordo com a Emater, as lavouras de milho e feijão são as mais afetadas. Há danos irreversíveis em 50% da área projetada. Levantamento divulgado ontem apontou que o número de pedidos de Proagro aumenta a cada dia. Entretanto, os prejuízos reais só serão mensurados a partir de janeiro.
Em Fontoura Xavier, no Norte, as perdas no campo chegam a 80% na safra de milho, 40% na de fumo e 40% na produção leiteira. Apesar de mais resistente, a soja já amarga quebra de 10%. Na região de Rondinha e Novo Xingu, a última chuva foi registrada em 21 de novembro. O milho destruído mal poderá ser usado para silagem. Em Constantina, o prejuízo com as lavouras de milho e soja e a produção leiteira chega a R$ 9,5 milhões, o equivalente à metade do orçamento para 2011.
No município vizinho de Engenho Velho, as perdas são estimadas em R$ 5 milhões. O agricultor João Simar Foschera já descartou 80% dos 115 hectares de milho e pelo menos 30% dos 400 hectares de soja. Com o leite, o prejuízo é de 30%. A estiagem também atinge o Noroeste.
Em Joia, a estimativa de perdas nas lavouras de milho chega a 100% e a produção de leite caiu drasticamente. Há áreas em que não chove há 50 dias.
— Os açudes estão rachando e os bebedouros e poços artesianos secaram — diz Jânio Andreatta, prefeito de Joia.
No Vale do Rio Pardo, os dois meses sem chuva também preocupam arrozeiros. Na altura da ponte da rodovia Rio Pardo-Cachoeira do Sul (ERS-403), o Rio Pardo pode ser atravessado a pé. Os bancos de areia são aparentes no Rio Quaraí, na Fronteira Oeste.