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Nova fase para o etanol

Ironicamente, o Brasil passa a desfrutar de melhores condições para exportar etanol de cana num momento em que a produção nacional está em baixa, por problemas climáticos

Não se pode dizer que o etanol produzido a partir de cana-de-açúcar esteja perto de se tornar uma commodity, mas um grande obstáculo para alcançar esse objetivo foi removido com o fim do imposto de importação de US$ 0,54 por galão a partir de 31 de dezembro de 2011 decidido pelo Congresso americano, que também deixou de prorrogar o subsídio de US$ 0,45 por galão para o etanol de milho. Foi realmente uma vitória para os produtores brasileiros de álcool que há anos vinham tentando obter dos legisladores americanos o fim da tarifa sobre o etanol importado. Em dezembro, chegou a ser apresentado um projeto para prorrogar o subsídio até 2014, mas prevaleceu o entendimento da maioria do Congresso dos EUA de não incluir esse subsídio, que acarretava despesas anuais de R$ 6 bilhões, na lista de setores que receberão benefícios fiscais. Isso se deveu principalmente às pressões internas sobre a Casa Branca para reduzir os gastos do governo, em face do elevado déficit orçamentário dos EUA.

Ironicamente, o Brasil passa a desfrutar de melhores condições para exportar etanol de cana num momento em que a produção nacional está em baixa, por problemas climáticos e por causa da redução de investimentos. A quebra da safra de cana-de-açúcar este ano é estimada em 10%, só se prevendo uma recuperação plena a partir de 2014.

É preciso considerar também que os produtores americanos já não temem a concorrência do etanol procedente do Brasil ou reprocessado no Caribe, um recurso que produtores nacionais utilizavam para penetrar no mercado americano sem pagamento de tarifa. O Brasil importou etanol em 2011 e os produtores americanos estão cientes do impulso que a Lei de Energia dos EUA dá ao consumo de biocombustíveis. Já em 2012, 50 bilhões de litros de etanol serão misturados à gasolina naquele país, prevendo-se que este volume alcance 57 bilhões de litros em 2014, incluído aí o etanol importado.

Fonte: AE