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Governo do Estado investirá R$ 12 milhões no combate à seca

Rio Grande do Sul participará do programa Água para Todos

 
Governador visita propriedade afetada pela seca
Crédito: Cleon Frota / Especial / CP

O governo do Estado comunicou neste sábado que irá investir R$ 12 milhões no combate à estiagem no Rio Grande do Sul. O anúncio foi feito em visita ao município de Jóia, um dos mais atingidos pela estiagem. Segundo o secretário de Obras, Luís Carlos Busato, serão aplicados R$ 3 milhões na locação de máquinas agrícolas para assistência direta aos municípios, visando a abertura de novas fontes de água. Mais R$ 3,7 milhões serão usados na recuperação de fontes de água, além de R$ 2,2 milhões para redes d’água.

O secretário de Desenvolvimento Rural e Cooperativismo, Ivar Pavan, disse que a pasta irá depositar na segunda-feira R$ 2,7 milhões para os municípios já conveniados abrirem 700 açudes. Serão agilizados os convênios com cooperativas de assentados para a recuperação dessas áreas, com investimento de R$ 4 milhões. Já Afonso Motta, secretário do Gabinete dos Prefeitos, disse que o Comitê de Situação irá concluir na segunda-feira um roteiro para liberar recursos de forma mais rápida.

O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, comunicou que o Rio Grande do Sul será incluído no programa Água para Todos, que auxilia Estados do semiárido. Com isso, serão destinados recursos para ações como instalação de cisternas e açudes em áreas de estiagem recorrente. Também participaram da visita o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, e do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence.

Florence disse que os agricultores que não contrataram seguro agrícola receberão milho de outros estados e trigo do Rio Grande do Sul para alimentar animais. As vistorias serão aceleradas nas propriedades de quem tem seguro. Segundo o anúncio, será fornecida água para consumo tanto humano quanto de animais. As prestações de financiamentos serão prorrogadas.

No trajeto entre Ijuí e Jóia, a comitiva fez uma parada na propriedade de João Onofre Ribeiro da Silva. Ao caminhar numa lavoura de milho destruída pela seca, o governador ouviu do agricultor um apelo por apoio a quem sofre com a estiagem para que “a situação não chegue ao fundo do poço”. Com propriedade de oito hectares, ele lembrou que no ano passado colheu 150 sacos de milho em dois hectares cultivados. Neste ano, a quebra foi total.

A próxima semana será de combate às “situações emergenciais mais graves”, definiu o governador durante encontro da Câmara de Vereadores da cidade. Ele destacou que o encontro serviria para estabelecer ações objetivas. “A região está passando por uma emergência social”, reconheceu o governador, salientando que o quadro, embora sério, “não é de catástrofe”.

Tarso adiantou que na segunda-feira as equipes do governo do Estado voltam a se reunir em Porto Alegre para operacionalizar as medidas de atendimento aos problemas mais críticos. Ele anunciou que na próxima sexta-feira técnicos dos três ministérios presentes voltam ao Rio Grande do Sul para novos encaminhamentos. O governador disse ainda que estuda a adoção de cheque emergência, para atacar "situações pontuais onde a capacidade produtiva está se esgotando".

O prefeito de Jóia disse que o problema mais grave para os agricultores do município é a falta de alimento para os animais. “Alguns produtores não tem mais o que dar o gado”, reforçou Jânio Andreatta na localidade de Cará. O prefeito lamentou o excesso de burocracia para a abertura de bebedouros, inclusive devido às exigências ambientais. Até agora o município fez a abertura de cerca de 50 bebedouros em propriedades do interior. As perdas com a estiagem no município são estimadas em R$ 80 milhões.