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PSD oficializa apoio a Manuela para eleição da Capital

Com o apoio oficial do PSD formalizado nesta segunda-feira (16), a pré-candidata a Prefeitura de Porto Alegre e deputada federal Manuela D´Ávila (PCdoB) está na frente agora também nas coligações. Líder nas pesquisas de intenção de voto, a comunista aceitou as condições do PSD e contará, além do apoio dos vereadores, com o cobiçado tempo de TV da nova sigla. O apoio foi declarado em almoço na sede do PSD e na presença do presidente estadual do partido, deputado federal Danrlei de Deus. Agora, o PCdoB tem duas legendas declaradas formalmente em uma aliança para as eleições de 2012.

O posto de vice na chapa foi uma das exigências do PSD para coligar em Porto Alegre. “Só abriríamos mão se fosse para a coligação com um partido com maior bancada na Câmara. Apresentamos uma carta de propostas há 15 dias e tudo foi aceito pelo PCdoB”, disse o presidente municipal do PSD e indicado a vice de Manuela, vereador Nelcir Tessaro. A decisão foi anunciada no prazo máximo anunciado pelo PSD desde o começo das conversas com as siglas interessadas em uma coligação e, de acordo com o vereador, não tem relação com as últimas pesquisas eleitorais, que apontaram Manuela na liderança da preferência dos eleitores. “Já tínhamos nos definido antes das pesquisas. Mas, obviamente a pesquisa entusiasmou mais. Não anunciamos antes porque ainda estávamos buscando o consenso interno”, admitiu.

A escolha por Manuela teve o aval da executiva estadual, bem como o nome de Nelcir Tessaro para o posto de vice. “É a indicação do partido”, confirmou o presidente Danrlei. “Eu confio nos três (vereadores) e foi consenso de todos no final. A opinião dos três foi o que pesou”, falou. Seguido da declaração, a pré-candidata Manuela D´Ávila brincou: “E, eu fico feliz que tu (Danrlei) não estejas cumprindo isso contrariado”.

“Bloco pela Unidade acaba aqui”, diz Tessaro

Com a oficialização do apoio do PSD à pré-candidatura de Manuela D´Ávila, o Bloco Pela Unidade formado pelos vereadores do PSD, PSB e PPL para reeditar em Porto Alegre a frente que elegeu Tarso Genro em 2010 acabou. “Formalizamos a coligação com o PCdoB e a parceria em todas as ações até as eleições. O bloco pela unidade com o PT termina neste momento. A conversa do PT, se ele assim quiser, será feita com a Manuela”, falou o presidente do PSD em Porto Alegre, Nelcir Tessaro.

"A opinião dos três (vereadores) foi o que pesou”, destacou o presidente Danrlei | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

A pré-candidata comunista fez questão de enterrar o assunto de uma aliança entre PCdoB e PT ainda no primeiro turno. Apesar da recente visita do presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, ao governador Tarso Genro para, entre outras coisas, cobrar a coligação entre as duas siglas, Manuela disse que respeita a pré-candidatura petista e as decisões internas que levaram o partido a uma candidatura própria. “Não fazemos nenhum momento em relação ao PT e respeitamos a candidatura do deputado Adão Villaverde. O que o PT produziu no seu processo interno é a candidatura de Villaverde. E não faremos gestões em torno dele. Nós respeitamos o PT, que não cede a pressões, nem nós”, falou.

Tratando a possível retirada da candidatura de Villaverde em prol de uma coligação com o PCdoB como fruto de “especulações da imprensa”, Manuela foi enfática: “Nós entediamos que era o melhor para o nosso projeto político. Seria a decisão mais acertada, não estou negando a opinião que tínhamos há quatro meses. Mas esta etapa acabou”.

“Alianças são programáticas. O PP ainda não conhece nosso projeto”, diz Manuela

Manuela entendia que aliança com PT em Porto Alegre era "decisão mais acertada", mas admite que "esta etapa acabou” | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Sobre a proximidade de ter o Partido Progressista como mais um aliado de peso na disputa pelo Paço Municipal, a deputada federal Manuela D´Ávila disse que por enquanto, só conta concretamente com a afinidade com a senadora Ana Amélia Lemos. “Nós temos uma avaliação que as alianças se dão programaticamente. Em Brasília eu e a senadora identificamos pontos comuns do nosso trabalho. Eu fui reconduzida a coordenação da bancada gaúcha de maneira unânime por indicação da senadora. E ela estava a recém chegando a Brasília”, falou, afastando a tese de que a senadora quer o palanque com Manuela pensando nas eleições de 2014.

Apesar do café com a bancada progressista em Brasília, Manuela ainda não conversou com o diretório do PP gaúcho, o que deve ocorrer na primeira quinzena de maio. “Entendendo que eles tenham os receios deles por estarem no governo municipal, mas não somos uma candidatura de negação à candidatura de Fortunati, somos uma alternativa para avançar nos desafios que esta gestão não conseguiu resolver”, argumentou a parlamentar.

“Eu nunca escondi minha simpatia por Manuela”, diz Ana Amélia Lemos

A senadora Ana Amélia Lemos (PP) confirma que nunca escondeu a simpatia por Manuela e que não terá problemas em assumir o apoio de forma independente. “O partido entende que tem que respeitar a vontade dos seus integrantes. Se na convenção (em junho) for decidido pelo apoio ao PDT, a senadora terá liberdade e não terá traumas ou rachas para o partido. A política é feita em cima das pessoas, então, é perfeitamente possível a convivência desta forma”, falou ao Sul21.

Segundo Ana Amélia, o apoio à comunista não tem relação com uma futura candidatura ao governo estadual. “Isto é ilação e interpretação de jornalista. Em nenhum momento entra esta relação. Eu estou preocupada em representar os votos que tive. Todas as decisões são de risco. É uma decisão arriscada. Perderemos ou não”, falou decidida reafirmando apoio à Manuela.

As razões para o apoio, segundo ela, são a possibilidade de uma nova perspectiva de poder para a capital gaúcha e o declarado desejo da deputada em ser prefeita. “Isto é fundamental para termos êxito. Manuela quer e trabalha para se eleger. O trabalho que ela está fazendo é de prospecção em todos os bairros de Porto Alegre”, alegou.

“Não é estratégia eleitoral. É uma forma que nos mantém próximo da cidade, da política e do trabalho de um político. Nós temos uma regularidade maior agora e freqüente nos bairros aos sábados com vistas à eleição, mas, eu não vou para prestar contas eu vou para ouvir as pessoas”, disse Manuela.