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Mensalão? Comigo não!

Tecnicamente chamado Ação Penal 470, como frisou o presidente do STF Ayres Britto, o certo é que, pelo nome que for, a presidente Dilma quer a maior distância possível do caso; independência de poderes; ministros orientados a acelerar agenda positiva; com pt no banco dos réus, Supremo exigiu segurança reforçada

26 de Julho de 2012 às 14:28

247 – Não podia ser diferente, mas para não deixar dúvidas a presidente Dilma Rousseff decidiu orientar seus ministros a manterem toda a distância possível do  caso do chamado mensalão, agora tecnicamente citado como Ação Penal 470 pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Ayres Britto. Pessoalmente, a presidente não pretende fazer qualquer comentário espontâneo sobre o caso, nenhuma palavra. Se perguntada, está pronta a arguir a independência entre os poderes para justificar a ausência de algum posionamento político. O julgamento dos 38 réus terá início na quinta-feira 2.

Enquanto praticar o voto do silêncio sobre as deliberações do Supremo, o governo tentará criar uma agenda positiva, com o maior número possível de anúncios de planos e, se possível, exibição de realizações. A intenção é rivalizar com o noticiário considerado negativo e desgastante que o julgamento deverá produzir. Ao voltar de Londres, onde assiste amanhã à cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, Dilma deverá dedicar parte da próxima semana ao debate sobre empréstimos do setor público à obras privadas no setor de infraestrutura.

O estabelecimento da distância em relação ao STF só será quebrado se houver o que uma fonte do governo chamou de "esbarrão" constitucional ao jornal Valor Econômico. Nesse caso está o pedido de presença da Força Nacional de Segurança para reforçar o esquema policial de proteção ao tribunal, conforme pedido formal do presidente Ayres Britto. A solicitação teria causado mal estar no governo, mas está mantida.

Abaixo, notícia da Agência Brasil a respeito:

Alex Rodrigues _ AGÊNCIA BRASIL – A pedido do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Carlos Ayres Britto, a Força Nacional de Segurança deverá ajudar a Polícia Militar do Distrito Federal a garantir a segurança da Corte durante o julgamento do processo do chamado mensalão, agendado para começar no próximo dia 2 de agosto.

Segundo a assessoria do STF, Britto manifestou preocupação com a segurança dos presentes à sessão de julgamento e das instalações durante reunião na última quarta-feira (18) com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Ayres Britto chegou a pedir, informalmente, a presença do efetivo federal na área externa do prédio.

De acordo com a assessoria do Ministério da Justiça, Cardozo colocou a Força Nacional à disposição, mas sugeriu que o STF também peça reforços à Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal.

A efetivação da autorização para a atuação da tropa federal depende agora apenas do pedido oficial do STF, informou à Agência Brasil a assessoria do Ministério da Justiça.

Mensalão foi o nome dado para as investigações conduzidas pela comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI), no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de um suposto esquema de compra de votos de parlamentares pelo Executivo. O STF julgará 38 réus que constam dos autos do processo, entre eles José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil no governo Lula.

Na última terça-feira (17), Ayres Britto anunciou que os preparativos para o julgamento da ação penal estavam praticamente concluídos. Ontem (20), o STF deu início a uma série de simulados que servirão para testar a organização logística das sessões.