O deputado federal Beto Albuquerque (PSB) e ex-secretário de Infraestrutura e Logística rebateu, em nota, as críticas do ex-diretor-geral do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), José Francisco Thormann. A publicação do parlamentar ocorre um dia após o diretor destituído do cargo divulgar, também em nota, acusações ao ex-secretário de Infraestrutura do governo Tarso Genro. Ele foi desligado do órgão nessa segunda-feira.
Beto garante que não é verdadeira a informação do arquiteto Thormann de que ele teria viajado para os Estados Unidos com despesas pagas por uma empresa da inicitiva privada. "Fui convidado pela Associação Nacional de Infraestrutura Terrestre (… para ir) a Houston e Las Vegas (…) conhecer a tecnologia de asfalto Peletizado, material que é desconhecido e não utilizado no Brasil. Asfalto mais barato e eficiente", afirmou no texto.
Antes de se tornar o pivô da saída do deputado federal Beto Albuquerque (PSB) da Seinfra por problemas de relacionamento, Thormann viajou à Suíça, na metade do ano, com os custos pagos pela empresa Geobrugg AG, subcontratada para prestar serviços ao Daer na Rota do Sol. O diretor afastado também era procurador da consultoria GlobalMeta, acumulando poderes para participar de licitações públicas e representações a instituições financeiras. O arquiteto garante não ter feito uso da procuração enquanto dirigia o Daer.
Por fim, o parlamentar disse confiar no Ministério Público. O órgão comunicou que as denúncias contra o ex-diretor serão investigadas. A suspeita é que ele tenha ferido o Estatuto do Servidor Público. A Promotoria de Defesa do Patrimônio Público abriu uma investigação para apurar o caso. Havendo indícios de irregularidade, um inquérito civil pode ser iniciado.
O Ministério Público de Contas (MPC) também decidiu instaurar uma auditoria para investigar as denúncias que podem ter levado à exoneração do arquiteto. Segundo o procurador-geral do órgão, Geraldo da Camino, na próxima semana, deve ser divulgada uma posição sobre o fato de Thormann ser procurador da iniciativa privada, no mesmo período que era servidor público, e também sobre a viagem feita por ele, patrocinada por uma empresa subcontratada pelo Daer.
Confira a nota do deputado Beto Albuquerque na íntegra:
Não bastassem as inexplicáveis e ilegais atitudes comportamentais do ex-diretor-geral do Daer Francisco Thormann, comunicado ontem pelo Governo do Estado de que seria demitido, agrega-se ao seu currículo, no dia de hoje, a qualidade de mentir descaradamente.
1- Não é verdadeiro que na condição de secretário de Estado viajei para os Estados Unidos às custas de empresa como fez o ex- diretor-geral do Daer. Convidado pela Associação Nacional de Infraestrutura Terrestre (ANDIT), instituição presidida por professor da Universidade Mackenzie, João Virgílio Merighi, fui a Houston e Las Vegas entre os dias 4 e 9 de dezembro de 2011, conhecer a tecnologia de asfalto Peletizado, material que é desconhecido e não utilizado no Brasil. Asfalto mais barato e eficiente, em altas e baixas temperaturas, com grande escala de experiências exitosas nos EUA.
2. Ao contrário do dissimulado Thormann, não fui sozinho. Acompanhou-me o próprio diretor-geral e a engenheira Maria Cristina Passos, chefe do Laboratório do Daer, onde este produto (trouxemos amostras) foi avaliado e aprovado tecnicamente. Há disposição, inclusive, de se experimentar este asfalto inovador em trechos de estradas gaúchas ou em novas obras pela sua condição favorável de custo-benefício.
3. A indicação de Thormann para a Direção Geral do Daer não foi de minha autoria. No processo que partiu da Seinfra, o nome indicado para este cargo à época era do engenheiro Rui Dick, gestor competente e funcionário estadual de carreira da CRM.
Confio no Ministério Público que haverá de investigar, em detalhes e profundamente, todas as circunstâncias de ilegalidades, até então desconhecidas, que envolvem o ex-diretor-geral do Daer.
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