Cotação do dia

USD/BRL
EUR/USD
USD/JPY
GBP/USD
GBP/BRL
Trigo
R$ 115,00
Soja
R$ 180,00
Milho
R$ 82,00

Tempo

RS é porta de entrada para o tráfico internacional de armas

Fuzil de fabricação chinesa foi encontrado com criminoso que assaltou fábrica na Serra

Fuzil foi usado em assalto em Cotiporã
Crédito: Antônio Sérgio / Rádio Difusora / Especial / CP

A recente apreensão de um fuzil AKM, de fabricação chinesa, usado pelo assaltante Elisandro Rodrigo Falcão – morto em confronto com policiais militares (PMs) após assalto a fábrica de joias em Cotiporã, na Serra – reforça a posição do Rio Grande do Sul como porta de entrada do tráfico internacional de armas. Em 2009, a Polícia Federal (PF)  havia listado 17 cidades brasileiras como os principais acessos de armamento ilegal via terrestre, incluindo Uruguaiana, Quaraí e Livramento – as três em território gaúcho.

O Brasil possui mais de 16,8 mil quilômetros de fronteira. Vindas do Paraguai, as armas entrariam sobretudo pelo Paraná. O armamento oriundo da Bolívia passaria por Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia e Acre. Traficantes de armas da Colômbia atuariam junto ao Amazonas. O levantamento da PF apontou ainda os portos de Santos (SP), Sepetiba (RJ) e Paranaguá (PR) como possíveis entradas de armamento. Existe a suspeita de que o Lago de Itaipu (PR) seria usado como rota do crime. Em agosto de 2012, a Polícia Federal investigou até o tráfico de armas pelo Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro.

Responsável pela Delegacia de Combate ao Crime Organizado da PF/RS, o delegado Mauro Vinícius Soares de Moraes lembra que os fuzis AKM, de fabricação chinesa, já são usados por traficantes de drogas no Rio. Segundo ele, a PF ainda não encontrou ‘registros ou indícios de que estas armas passem pelas fronteiras com Uruguai, Argentina ou Paraguai’. Conforme o delegado, o fuzil chinês AKM, de calibre 5.56, é uma réplica do modelo russo AK-47, de calibre 7.62.

O comandante do Grupo de Ações Tático Especiais (Gate) da Brigada Militar, capitão Santos Rocha, explica que o AK-47 tem versões fabricadas em vários países. As alterações são pequenas. "O sistema de funcionamento, porém, é o mesmo", atesta. O oficial observa que a longevidade do AK-47 se deve ao fato de a arma ser de fácil manuseio e ter manutenção barata. "Pode-se atirar muito", afirma.

O titular da Delegacia de Repressão a Roubos a Bancos do Deic, delegado Juliano Ferreira, conta que já ocorreram casos anteriores de apreensão de fuzil chinês. Ele acredita que o modelo seja mais barato em relação a outros.

Fuzil AK-47 tem mais de cem modelos

Com mais de 100 milhões de unidades vendidas no mundo e cem versões, o fuzil de assalto AK-47 foi criado na antiga União Soviética, após o fim da II Guerra Mundial. De fácil manuseio, tornou-se a arma preferida entre os criminosos, traficantes, guerrilheiros e terroristas.

Ferido em um combate, o militar russo Mikhail Kalashnikov foi hospitalizado e começou a idealizar uma nova arma. Nessa época, foi desenvolvido o primeiro rifle de assalto, o SturmGewehr. Em 1947, o governo soviético promoveu concurso para o desenvolvimento de arma automática, similar à dos alemães, que fosse usada por países do bloco comunista. O vencedor foi Kalashnikov.

A arma receberia o nome de AK-47, significando Avtomat Kalashnikova 47, em homenagem a seu criador. Em 1959, o AK-47 foi modernizado e denominado AKM, passando a usar materiais mais leves e com melhorias na alça de mira. Na época, o fuzil tornou-se padrão das forças armadas e das polícias soviéticas.