O partido ‘Rede’, que deve ser lançado no próximo sábado, pode surgir com uma bancada de pelo menos seis deputados, dois deles do PT. Antônio Reguffe (PDT-DF), o deputado federal mais votado do País na eleição de 2010, é cotado, mas disse que não deve deixar o PDT por enquanto. Até agora, apenas dois indicaram que devem migrar para a legenda de Marina, que depende de uma boa bancada para contar com recursos do Fundo Partidário
247 – Além de tentar fortalecer o projeto de seu novo partido com nomes de expressão nacional, como o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) e a ex-senadora Heloísa Helena (PSOL) (leia mais), a ex-ministra Marina Silva busca lançar seu partido ‘Rede’ já com alguma representatividade na Câmara dos Deputados. Walter Feldman (PSDB-SP), que tem participado ativamente das discussões do projeto desde o começo, e Alfredo Sirkis (PV-RJ), que assumiu a intenção de entrar no partido em artigo publicado nesta segunda-feira 11, são nomes certos, mas pelo menos outros quatro parlamentares conversam com o grupo e podem acompanhar Marina.
Existe a expectativa de que os deputados Ricardo Tripoli (PSDB-SP), Antônio Reguffe (PDT-DF), Alessandro Molon (PT-RJ) e Domingos Dutra (PT-MA) troquem de legenda, como mostra reportagem do site Congresso em foco. Entre os outros quatro, o que teria mais chance de assinar a ficha de filiação é Dutra, que recentemente classificou o PT, pelo qual milita desde a fundação do partido, de “cobra de duas cabeças” pelo seu apoio à família Sarney no Maranhão — ele chegou a fazer greve de fome em 2010 por causa do apoio do partido à candidatura de Roseana Sarney (PMDB) ao governo do Estado.
Já Ricardo Tripoli foi um dos grandes entusiastas das prévias tucanas para a escolha do candidato que disputaria a Prefeitura de São Paulo no ano passado, das quais participou (relembre), mas o processo acabou atropelado pelo ex-governador José Serra, que entrou na disputa fora do prazo e, vencedor nas prévias, acabou derrotado por Fernando Haddad (PT). Se o funcionamento do partido, que deve pular as prévias para escolher seu candidato a presidente, desagrada a Tripoli, a nova legenda surge como alternativa.
Aos outros deputados, a mudança, a exemplo do que ocorreu com aqueles que migraram recentemente para o PSD de Gilberto Kassab, é uma possbilidade de ganhar mais expressão numa nova legenda. E o tamanho da bancada federal tem tanto importância política quanto financeira. Quanto maior o número de representantes na Câmara, mais recursos a sigla recebe do Fundo Partidário, que distribuiu, no ano passado, R$ 282 milhões aos 30 partidos políticos brasileiros.