Ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho disse nesta quarta-feira que não houve "pressa" por parte do governo brasileiro para se manifestar sobre a renúncia do Papa Bento 16. Durante o lançamento da campanha da fraternidade da CNBB, ele classificou como "absolutamente superada" a polêmica sobre o aborto nas eleições de 2010, que contribuiu para levar a disputa entre Dilma Rousseff e José Serra ao segundo turno
247 – O silêncio de Dilma Rousseff sobre o anúncio de renúncia feito pelo Papa Bento 16 levantou suspeitas sobre um possível desconforto da presidente em relação à Igreja Católica. Suspeitas desmentidas nesta quarta-feira pelo ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho. Segundo ele, o silêncio de Dilma se deve apenas ao fato de que não houve "pressa" por parte do governo brasileiro para se manifestar sobre a renúncia de Bento 16.
"O governo brasileiro não se apressou em fazer nenhum grande pronunciamento", explicou Carvalho. "A nossa posição frente a esta decisão é uma posição de respeito, de reverência e um desejo muito forte que [Bento 16] possa continuar contribuir para a Igreja". Segundo o ministro, que falou durante o lançamento da campanha da fraternidade da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), há "um desejo muito forte de muita energia e muita luz na escolha do novo papa".
Ao comentar a ausência de comentários de outros líderes latino-americanos, Carvalho disse que "não se pode ler os acontecimentos a partir de fala, as atitudes são mais importantes. Não vejo que outros governos da América Latina fizeram também". "Não há nenhum problema nas nossas relações. Pelo contrário, tem sido a melhor possível estamos abertos, quando da chegada do novo papa, retomar a conversação e as relações no melhor nível possível com o governo da Santa Sé", continuou o ministro.
Superado
Em nome de Dilma, Carvalho negou qualquer problema na relação do governo brasileiro com a Igreja Católica — em 2010, durante a campanha eleitoral, a Igreja recomendou a bispos brasileiros que não votassem em políticos que defendiam o aborto, a polêmica na reta final daquela eleição. "Houve um episódio durante a campanha absolutamente superado. Não foi, ao nosso juízo o conjunto da Igreja [Católica] que tomou a posição. A presidente Dilma nunca se manifestou seja em público ou reservadamente nesta perspectiva", comentou o ministro.