Declaração é do deputado federal Beto Albuquerque (PSB-RS), o principal articulador político da legenda no Congresso Nacional. O posicionamento do parlamentar reforça a vontade dos interlocutores do PSB de ver o correligionário e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, como candidato a presidente em 2014; mesmo defendendo a candidatura própria, o parlamentar também criticou os rumos da economia mas garantiu que o PSB continua na base de apoio do governo da presidente Dilma Rousseff (PT) ao longo de 2013
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PE247 – “Se depender de mim, o Eduardo Campos é candidatíssimo a presidente”. A declaração é do deputado federal Beto Albuquerque (PSB-RS), o principal articulador político do seu partido no Congresso Nacional. O posicionamento do parlamentar reforça a vontade dos interlocutores do PSB de ver o correligionário e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, como candidato a presidente nas próximas eleições. “Nós é que temos que fazê-lo querer (ser candidato)”, afirmou o congressista.
Além de apontar Campos como uma liderança política que “preza pelo planejamento”, Beto Albuquerque não poupou críticas à gestão da presidente Dilma Rousseff (PT) ao mesmo tempo em que elogiou o ex-presidente Lula. “O Brasil emancipou milhões de brasileiros. Parabéns ao Lula, nós (o PSB) ajudamos. Agora, quando você tem emprego e não tem crescimento, e tem inflação, alguma coisa está errada”, disse.
Por outro lado, Albuquerque disse que o papel do PSB é ajudar o governo, em entrevista ao programa Entre Aspas, da GloboNews. “Nós queremos ajudar o governo a não deixar essa crise contaminar aquilo que ao longo desses anos todos, lá no começo da estabilização da moeda com Fernando Henrique Cardoso, dos oito anos de emancipação social que Lula construiu com o nosso apoio. Não adianta ganhar 2014, se perder 2013”, declarou.
Acompanhado do deputado federal Roberto Freire (PPS-SP), Albuquerque criticou a “eleitoralização” do debate. “A agenda neste momento deveria ser outra. Tínhamos que trazer à mesa, agora, não a antecipação da eleição, mas os problemas brasileiros que exigem uma convergência, inclusive dos diferentes (governistas e oposicionistas)”, observou. “No momento em que você antecipa a eleição, você não constrói a solução que deveríamos estar construindo”, acrescentou.
Por sua vez, o deputado Roberto Freire, que tenta se posicionar como um dos principais nomes da oposição no plano nacional, além de criticar Dilma, não poupou o ex-presidente Lula. Segundo o parlamentar, as dificuldades pelas quais passa a economia brasileira tiveram origem no governo do “cacique” petista, porém Dilma não pode reclamar porque integrou a equipe ministerial do Governo Lula, sendo Ministra-Chefe da Casa Civil (2005-2010) e de Minas e Energia (2003-2005).
“Nossa economia não está enfrentando dificuldades, está em crise. E pior, com um governo incompetente. Uma crise que não vem do Governo Dilma, mas em grande parte por irresponsabilidade do governo Lula”, disparou. “Ela (Dilma) está enfrentando um agravado, mas nada pode reclamar porque participou do governo anterior”, complementou.
Para o pós-comunista, Eduardo Campos não é oposição ao Governo Dilma, mas está “cansado” do modo petista de governar e deu a entender que o PT gere o país em meio a uma crise de valores. “Eduardo não é oposição, mas está sentindo um certo cansaço de material desse governo do PT, que tem trazido algumas preocupações para o pensamento democrático, republicano”, declarou Roberto Freire. “Nós estamos vendo 30 anos de comemoração (do PT) falando do povo, com condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Isso é um problema que temos que enfrentar porque a continuidade disso… Eu não sei o que vai acontecer com a República”, afirmou.
Mesmo após Lula ter lançado Dilma Rousseff como candidata à reeleição para as eleições presidenciais em 2014, Freire acredita que o “cacique” do PT poderá se candidatar. “Não escrevo o que o Lula diz. Lançou Dilma, mas pode ser ele o candidato. Vai depender da situação da economia. Vai depender das investigações do Ministério Público (sobre as denúncias de Marcos Valério contra o ex- presidente no caso do Mensalão). Ele está acuado. Quem sabe se ele não vai correr para ser candidato”, observou.