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Marco Damiani _247 – Está comprovada pelo menos uma fraude na votação do Congresso que derrubou os vetos da presidente Dilma Rousseff à lei dos royalties do petróleo, ocorrida na madrugada da quinta-feira 7. Documentos obtidos pelo deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) comprovam que o deputado Zoinho (PR-PR) já estava no Rio de Janeiro no momento em que os parlamentares votavam – o nome dele, no entanto, consta como tendo votado durante a madrugada, em Brasília, inclusive com sua suposta assinatura colocada na lista de votantes.
Cópia da passagem da empresa áerea Gol, para o voo 1629, com saída às 21h26 de Brasília com destino ao aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, para Jorge Oliveira (o verdadeiro nome de Zoinho) foi transmitida pelo gabinete de Garotinho ao 247. O parlamentar viajou na poltrona 8 D. O próprio Zoinho enviou uma carta a Garotinho, líder do PR na Câmara, reconhecendo que viajou em obediência à orientação partidária, que não queria que seus parlamentares participassem da votação dos vetos à lei dos royalties.
Garotinho também revelou uma cópia da lista de assinaturas dos votantes naquela madrugada, na qual consta o nome de Zoinho. A assinatura, porém, é completamente diferente da existente na carta remetida pelo parlamentar.
"A fraude é total", disse Garotinho ao 247. "Vamos procurar anular administrativamente a votação, e se houver dificuldades iremos ao Supremo Tribunal Federal", completou. "O que ocorreu é muito grave, a assinatura de um deputado federal foi forjada, fraudada. Nós vamos levar esse caso à polícia para descobrir quem fez isso".
Para não deixar a menor dúvida quanto a fraude, o próprio deputado Zoinho vai pedir um exame grafotécnico de sua assinatura. Ele foi procurado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMSDB-AL). "Fique tranquilo, Zoinho, que nós vamos anular o seu voto", disse Renan ao parlamentar, na versão transmitida por Zoinho.
"Isso, é claro, não é suficiente para nós", rebateu Garotinho. "O que houve foi um fato muito grave. Toda a votação deve ser anulada, sob pena de tudo voltar a acontecer em outras sessões. Acabou a segurança dos parlamentares".
Na votação comandada por Renan, os vetos da presidente Dilma foram derrubados e ficou determinado que os royalties do petróleo do pré-sal, que antes eram exclusivos dos Estados produtores – Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo – venham a ser divididos entre todas as demais unidades da Federação.
