247 _Fazer política também é saber esperar. Esse é o conselho que o prefeito reeleito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, dá ao govenador de Pernambuco, Eduardo Campos, ao falar ao 247:
"Se Eduardo é candidato agora, então já é nosso adversário", diz ele, referindo-se à propalada candidatura do presidente do PSB à Presidência da República, em 2014, em oposição à já lançada à reeleição presidente Dilma Rousseff. "O partido dele deve entregar os cargos no governo federal e mudar de campo, é simples".
Mas não é essa a vontade política de Marinho, talvez o político do PT mais ligado ao ex-presidente Lula, até por proximidade física e histórica – ele vive em São Bernardo, onde Lula mora, também foi presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da cidade, como o ex, e foi seu ministro do Trabalho. São amigos pessoais.
"Eduardo tem tudo para liderar o nosso projeto político em 2018", acena Marinho, apontando para a possibilidade de Campos vir a ser, até mesmo, candidato a presidente com o apoio do PT. Mas não próxima eleição, e sim na seguinte. "Ele é um quadro importante, que sempre esteve conosco. Deveria pensar bem agora e permanecer no campo aliado".
O alerta de Marinho tem sustentação em sua própria análise da economia. "O PIB vai crescer mais de três por cento em 2013, é o que eu estou sentindo", diz ele. No comando de uma cidade no coração industrial do País, São Bernardo das montadores de veículos leves e pesados e dos setores de auto-peças e moveleiro, o prefeito verifica que não há problemas, agora, de desemprego. Bem ao contrário. A Mercedes Caminhões, por exemplo, acaba de suspender as férias coletivas concedidas a mais de duas centenas de empregados.
"Tem muita fábrica bombando, cheias de encomendas", disse Marinho ao 247. "O crescimento vai surpreender". Para ele, o sucesso da economia vai recair no saldo político da presidente Dilma Rousseff, que já é uma campeã de popularidade. "Campos deve se comportar e ficar conosco", aconselha o amigo de Lula.
