"Se [os políticos] levaram dois ou três anos para esse debate, agora o Supremo deve decidir em dois, três dias, em 15 dias. Não me parece ser esta a postura adequada", disse o ministro Gilmar Mendes; "Eu fico a imaginar se todos que tiverem um pleito no Supremo Tribunal Federal disserem que não vão fazer isso ou vão proceder dessa ou daquela forma até que o Supremo se pronuncie, completou, em referência à suspensão dos pagamentos no Rio de Janeiro, anunciada pelo governador Sérgio Cabral; na última segunda-feira, o presidente do STF, Joaquim Barbosa, disse que as pressões não incomodavam
13 de Março de 2013 às 14:42
247– Depois de o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, dizer, na última segunda-feira, que pressões não incomodam os ministros da Suprema Corte, seu Gilmar Mendes deixou escapar algum desconforto dianteda pressão para que o STF se manifeste sobre a questão dos royalties do petróleo. "Se levaram dois ou três anos para esse debate, agora o Supremo deve decidir em dois, três dias, em 15 dias. Não me parece ser esta a postura adequada para conduzir o tema. Eu formulo voto para que os políticos encontrem uma solução adequada", comentou Mendes.
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), anunciou na semana passada a suspensão dos pagamentos do Estado até que o STF se manifeste sobre o assunto. "Eu fico a imaginar se todos que tiverem um pleito no Supremo Tribunal Federal disserem que não vão fazer isso ou vão proceder dessa ou daquela forma até que o Supremo se pronuncie", comentou o ministro.
Diante da pressão, Mendes disse que é preciso "revalorizar" a atividade política. "Acredito que esse episódio mostra que talvez nós devamos revalorizar a atividade política e o diálogo entre os diversos setores envolvidos no fazimento da vontade nacional. É o Congresso Nacional o locus [local] para fazer esse tipo de integração e de inteiração de vontade", analisou.
Pressão
Na úlima segunda-feira, o presidente do Supremo, Joaquim Barbosa, disse que os ministros não cederão a pressões em relação ao questionamento da nova Lei dos Royalties. "Ministros do Supremo são, por definição, pessoas preparadas, treinadas para resistir a pressões. Pressões não nos incomodam", disse. "O Supremo analisará em breve, quanto a isso não há nenhum problema, mas vamos ver que provavelmente, eu li pelos jornais, haverá outras ações, vamos aguardar", completou.