Motorista Ricardo Neis, que em 2011 atropelou ciclistas do grupo Massa Crítica no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre, e fugiu sem prestar socorro, responderá pelo crime de 11 tentativas de homicídio simples e cinco lesões corporais; na ocasião, ele argumentou que teria avançado com o carro por ter sido ameaçado de linchamento pelo grupo
14 de Março de 2013 às 18:33
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A Justiça do Rio Grande do Sul determinou, em sessão ocorrida nesta quinta-feira (14), que Ricardo Neis vai a júri popular pelo atropelamento de 17 ciclistas em 2011. Por maioria, os Desembargadores da 3ª Câmara Criminal do TJRS estabeleceram que o réu responda pelo crime de 11 tentativas de homicídio simples e cinco lesões corporais.
Os desembargadores consideraram que quatro das 17 vítimas não foram atingidas diretamente pelo acusado e uma delas disse não ser possível determinar quem a atingiu. Por isso, foi tomada a decisão de considerar o crime como lesão corporal em relação a essas cinco pessoas. Uma das manifestantes não teria se apresentado à polícia.
Apesar de o relator do recurso, Desembargador Diógenes Vicente Hassan Ribeiro, considerar possível que Neis não buscasse matar os 11 ciclistas que foram atropelados, destacou que havia o risco de morte devido à queda ou ao choque com o veículo. O Desembargador ainda entendeu que houve uma discussão entre o réu e os manifestantes, que o impediam de passar, descartando a possibilidade de que o motorista buscava apenas acelerar o carro. O fato de que os ciclistas ocupavam toda a via, impedindo a passagem dos carros, também foi levado em consideração.
Em 25 de fevereiro de 2011, os ciclistas do grupo Massa Crítica foram atropelados pelo Golf dirigido por Ricardo Neis no bairro Cidade Baixa. O motorista fugiu do local sem prestar auxílio, mas se apresentou à polícia três dias depois, alegando legítima defesa. Na ocasião, Neis argumentou que teria avançado com o carro por ter sido ameaçado de linchamento pelo grupo. Após ser denunciado pelo Ministério Público por tentativa de homicídio, ele foi internado em uma clínica psiquiatra e ficou alguns dias detido, mas em março do mesmo ano conquistou o direito de responder ao processo em liberdade. A data do julgamento ainda não foi marcada.
Com informações do Tribunal de Justiça do RS e do Correio do Povo
Foto: Ramiro Furquim/Sul21