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Papa faz apelo a líderes mundiais contra morte e destruição

Como de costume, o Papa Francisco se dirigiu aos cardeais e fiéis chamando-os de “queridos irmãos e irmãs” na missa que inaugurou o pontificado do argentino Jorge Mario Bergoglio. Na cerimônia desta terça-feira, o pontífice apelou aos líderes políticos para que assumam o papel de “guardiões” e afastem os riscos de destruição e morte no mundo.

Francisco pediu ainda que todos mantenham a esperança, mesmo nos momentos mais difíceis. Citou várias passagens bíblicas e mencionou repetidas vezes a palavra “responsabilidade”. “Queria pedir, por favor, a quantos ocupam cargos de responsabilidade em âmbito econômico, político ou social, a todos os homens e mulheres de boa vontade: sejamos guardiões da criação, do desígnio de Deus inscrito na natureza, guardiões do outro, do ambiente; não deixemos que sinais de destruição e morte acompanhem o caminho deste nosso mundo”, disse.

O Papa reiterou ainda que há sentimentos, como o ódio, a inveja e o orgulho, que “sujam a vida”. “Lembremo-nos de que o ódio, a inveja, o orgulho sujam a vida. Guardar quer dizer vigiar sobre os nossos sentimentos, o nosso coração, porque é dele que saem as boas intenções e as más: aquelas que edificam e as que destroem”. Para Francisco, os líderes e os que são guiados por eles não devem temer a bondade. “Não devemos ter medo da bondade, nem mesmo da ternura”, ressaltou. “Cuidar e guardar requer bondade e requer ser praticado com ternura.”

Ao ler a passagem bíblica do Livro de Romanos, o pontífice mencionou a necessidade de manter a esperança viva. “São Paulo fala de Abraão, que acreditou com esperança, para além do que se podia esperar’, disse ele. Francisco recomendou que todos se tornem guardiões uns dos outros. Segundo ele, para por em prática o conselho é necessário assumir a sinceridade como premissa. “É viver com sinceridade as amizades, que são um mútuo guardar-se na intimidade, no respeito e no bem”, disse ele. “Sede guardiões dos dons de Deus.”

O Papa ressaltou que quando o homem falha, ele abre espaço para que forças negativas dominem. Ele citou como exemplo o rei Herodes, mencionado na bíblia, como aquele que perseguiu judeus e seus filhos. “Quando o homem falha nesta responsabilidade, quando não cuidamos da criação e dos irmãos, então encontra lugar a destruição e o coração fica ressequido. Infelizmente, em cada época da história, existem Herodes, que tramam desígnios de morte, destroem e deturpam o rosto do homem e da mulher”, disse Francisco.

O Papa lembrou dos ensinamentos de São Francisco de Assis e pediu respeito a todas as criaturas de Deus. “(…)É ter respeito por toda a criatura de Deus e pelo ambiente onde vivemos. É guardar as pessoas, cuidar carinhosamente todas elas e cada uma, especialmente, as crianças, os idosos, aqueles que são mais frágeis e que muitas vezes estão na periferia do nosso coração”, destacou. Francisco encerrou a missa com um pedido, que se transformou em sua marca. “Peço a intercessão da Virgem Maria, de São José, de São Pedro e São Paulo, de São Francisco, para que o Espírito Santo acompanhe o meu ministério, e, a todos vós, digo: ‘Rezai por mim!’ Amém”.

Pelo menos 132 países enviaram delegações políticas para acompanhar a homilia. A presidente Dilma Rousseff participou da missa acompanhada por uma comitiva de ministros e assessores. Também estavam presentes 32 líderes de distintas religiões, segundo o Vaticano.