Posse do vice-governador de São Paulo, Afif Domingos, no comando da Secretaria da Micro e Pequena Empresa tem implicações nacionais e regionais nas eleições 2014; além de ampliar o tempo de tevê da presidente Dilma Rousseff, o acordo garante apoio do PT à possível candidatura do vice-governador baiano Otto Alencar (PSD), à candidatura do nome escolhido por Omar Aziz (PSD) para sucedê-lo no Amazonas e à tentativa de reeleição do governador Raimundo Colombo (PSD), em Santa Catarina; de quebra, Gilberto Kassab ainda enfraqueceu o governo Alckmin e abriu espaço para sua própria candidatura em São Paulo
6 de Maio de 2013 às 21:23
247 – O anúncio do convite do vice-governador de São Paulo, Afif Domingos, para assumir a Secretaria da Micro e Pequena Empresa, feito nesta segunda-feira, traz embutido bem mais do que a potencial ampliação da base de apoio da presidente Dilma Rousseff no Congresso Nacional. O acordo entre Gilberto Kassab e Dilma Rousseff para a indicação de Afif envolve uma série de alianças regionais entre PSD e PT, com implicações determinantes para as eleições de 2014.
Além de ampliar o tempo de tevê da propaganda de Dilma nas eleições do próximo ano, a parceria garante o apoio do PT à tentativa de reeleição do governador Raimundo Colombo (PSD), em Santa Catarina. Outra disputa estadual diretamente afetada pelo entendimento em nível federal entre os partidos é a Bahia, onde o nome do vice-governador Otto Alencar (PSD) ganha força — por lá, ele pode inclusive unir PT e DEM em aliança histórica (leia mais).
De quebra, o movimento de Kassab em direção à base governista ainda deve garantir o apoio do PT ao candidato escolhido por Omar Aziz (PSD) para sucedê-lo no governo do Amazonas, já que, em segundo mandato, Aziz não pode mais se reeleger. Mas o grande impacto eleitoral da aliança entre PT e PSD pode ser sentido em São Paulo.
Ao tirar o vice-governador de São Paulo, Kassab enfraquece o governo do tucano Geraldo Alckmin, que os petistas esperam enfim bater no Estado em 2014. O movimento do PSD abre espaço ainda para uma candidatura do próprio Kassab em São Paulo. Como o PT deve confirmar candidatura própria, possivelmente na figura do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ambos (Padilha e Kassab) garantiriam o apoio mútuo no caso de um segundo turno contra Alckmin.