O deputado federal Beto Albuquerque (PSB-RS), um dos principais interlocutores da legenda junto ao Congresso Nacional, diz que a oposição interna contra uma possível candidatura presidencial do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, se deve a pressão exercida sobre os governadores; segundo o parlamentar afirmou em uma entrevista ao jornal Folha de São Paulo, o "dedo do PT" seria responsável por esta situação
23 de Maio de 2013 às 17:09
PE247 – Dentro do PSB, quem resiste à candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, à Presidência da República é porque sofre pressão do “dedo no PT”. Essa é a avaliação do líder da sigla pessebista na Câmara Federal, deputado Beto Albuquerque (RS). De acordo com o parlamentar, as pressões internas no PSB para que o gestor pernambucano saia candidato apenas em 2018 não partem da presidente Dilma Rousseff (PT), porém, segundo ele, é preciso respeitar a independência dos partidos.
Em meio à possibilidade de Campos ser candidato a presidente em 2014, o parlamentar, um dos principais interlocutores de Eduardo Campos junto ao Congresso, comparou o PSB com o PMDB, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo. “(O PSB) não é um partido que nasceu e se criou para virar um PMDB, que nunca vai ter candidato a presidente”, declarou Albuquerque. Conforme o parlamentar, 90% da legenda socialista quer ter defende uma candidatura própria ao Palácio do Planalto.
Confira os principais trechos da entrevista:
Folha – Como o sr. vê esses movimentos contra e a favor da candidatura própria dentro do PSB?
Beto Albuquerque – Esses movimentos dentro do PSB têm o dedo do governo e de gente do PT. Infelizmente é uma pressão velada que tem interferido na reflexão de muitos quadros nossos.
Folha – Que tipo de pressão?
Pressão sobre projetos, financiamentos, uma série de coisas. O que eu acho um comportamento totalmente indevido, antidemocrático, nada republicano.
Folha – O sr acha que a pressão não parte da presidente?
Não dela. Mas ela, como comanda o país, tem que começar a se dar conta que esse não é o jogo democrático. Isso acaba interferindo no livre debate que os partidos têm que fazer e que vão fazer.
Folha – E até que ponto isso pode atrapalhar o PSB na escolha de seu candidato?
Não acho que vai atrapalhar, mas é um constrangimento desnecessário sobre algumas lideranças nossas. A decisão do PSB não é de capa preta, é de base e será tomada no momento certo. Tentam enfraquecer, mas o efeito é o contrário. Fortalece as nossas convicções.
Folha – O sr. acha que a candidatura de Eduardo Campos é irreversível?
Eu acho que a candidatura do Eduardo está sendo consolidada, construída com a grande maioria, com 90% do partido que quer ter um candidato a presidente. O PSB não é um partido que nasceu e se criou para virar um PMDB, que nunca vai ter candidato a presidente.
Folha – Qual o prazo que o sr. considera razoável para que o PSB deixe o governo?
Até o fim deste ano poderemos ter uma decisão definitiva. Não é um ministério ou outro que vai cabrestear um partido com a história que tem o PSB. Tem que sair na hora que tomar a decisão. Não tem que apressar. Nem o PT é capaz de dizer hoje se é a Dilma ou o Lula [seu candidato] nem vai se reunir hoje para discutir isso.
Folha – Por que não o PSB em 2018?
Não existe 2018 sem 2014.