O desempenho da economia brasileira no primeiro trimestre ficou muito abaixo do que se previa; enquanto analistas esperavam um resultado entre 0,9% e 1%, a expansão foi de míseros 0,6%; marcha lenta da atividade empresarial deixa claro que seria um erro crasso do Banco Central apertar a política monetária, na reunião desta quarta-feira do Copom; mercado financeiro já virou aposta e projeta, agora, alta de 0,25 ponto da Selic, em vez de meio ponto
29 de Maio de 2013 às 09:25
Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – O Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, cresceu 0,6% no primeiro trimestre deste ano, em relação ao último trimestre de 2012. A economia brasileira totalizou R$ 1,11 trilhão no primeiro trimestre do ano.
Os dados foram divulgados hoje (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com o primeiro trimestre de 2012, o PIB brasileiro teve crescimento de 1,9%. No acumulado dos 12 meses, a economia apresentou um crescimento de 1,2%.
Na média internacional, o desempenho não é tão negativo:
O número brasileiro foi o mesmo registrado pela economia norte-americana. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no entanto, a economia do Brasil cresceu menos que a japonesa e a coreana (ambas com alta de 0,9%).
O Brasil cresceu mais que países como México (0,5%), Reino Unido (0,3%) e Alemanha (0,1%). Outros países tiveram queda no primeiro trimestre de 2013 em relação ao trimestre anterior: Portugal (-0,3%), Itália (-0,5%) e Espanha (-0,5%). A economia da União Europeia caiu 0,1%.
Na comparação com os Brics, o crescimento de 1,9% do Brasil no primeiro trimestre de 2013 em relação ao mesmo período do ano passado foi o mesmo observado pela África do Sul e superior ao registrado pela Rússia (1,6%). A China teve crescimento econômico de 7,7%. A Índia ainda não divulgou seu PIB.
Abaixo, o noticiário da Reuters:
PIB do Brasil cresce 0,6% no 1º tri 2013, abaixo do esperado
RIO DE JANEIRO, 29 Mai (Reuters) – A economia brasileira cresceu apenas 0,6 por cento no primeiro trimestre deste ano na comparação com o quarto trimestre de 2012, abaixo do esperado e com desempenho ruim da indústria e dos consumos das famílias e do governo.
Na comparação com o primeiro trimestre de 2012, o Produto Interno Bruto (PIB) do país teve uma expansão de 1,9 por cento, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira.
A expansão da atividade no trimestre passado mostra que a economia não acelerou no início deste ano, já que repetiu a mesma taxa de 0,6 por cento do quarto trimestre de 2012 sobre o período imediatamente anterior.
Entre janeiro e março passados, a indústria teve retração de 0,3 por cento sobre o quarto trimestre, único setor que mostrou queda no período. O resultado foi puxado pela indústria extrativa mineral (-2,1 por cento).
Na ponta oposta, o setor agropecuário mostrou forte expansão de 9,7 por cento no trimestre, enquanto serviços cresceu 0,5 por cento.
Como esperado, a formação bruta de capital fixo, uma medida do investimento, mostrou um bom crescimento na comparação trimestral, de 4,6 por cento, o melhor desempenho em três anos. Já o consumo das famílias teve uma alta de apenas 0,1 por cento, enquanto o consumo do governo ficou estável no período.
Pesquisa Reuters indicava crescimento de 0,9 por cento na comparação trimestral, segundo a mediana de previsões de 31 analistas, com as projeções variando de 0,55 a 1,2 por cento. Sobre um ano antes, a mediana de 29 previsões indicava expansão de 2,3 por cento entre janeiro e março de 2013, numa faixa de 1,0 a 2,8 por cento.
Com a divulgação do fraco desempenho da economia no início do ano, o mercado futuro de juros mudou suas apostas nesta manhã e agora a maioria acredita que o Comitê de Política Monetária (Copom) irá elevar a Selic em 0,25 ponto percentual nesta quarta-feira, a 7,75 por cento.
Até a véspera, a maioria, ainda que com uma pequena vantagem, acreditava que o Banco Central aceleraria o passo e aumentaria a taxa básica de juros a 8,00 por cento.
(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier e Walter Brandimarte; Texto de Patrícia Duarte; Edição de Alexandre Caverni)