Líder do partido na Câmara, deputado gaúcho Beto Albuquerque afirmou que a legenda está discutindo o pleito de 2014, porém de baixo para cima, e não através de um "debate de cúpula"; PSB possui no governo federal o Ministério da Integração, a Secretaria Especial dos Portos e a presidência da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (João Bosco)
7 de Junho de 2013 às 13:17
Leonardo Lucena _PE247 – Em meio a uma eleição presidencial considerada como a mais antecipada da história, o líder do PSB na Câmara, deputado Beto Albuquerque (RS), reforçou que a legenda pessebista não entregará os cargos que possui no Governo Federal – Ministério da Integração (Fernando Bezerra Coelho) e Secretaria Especial dos Portos (Leônidas Cristino), além da presidência da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (João Bosco). Diante das especulações de que os socialistas estariam sendo pressionados a decidir sobre a candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), ao Palácio do Planalto, o parlamentar, assim como o gestor, negou que a sigla está sendo pressionada. E confirmou que o PSB está discutindo o pleito 2014, porém de baixo para cima e não através de um “debate de cúpula”.
Embora Campos, Albuquerque e vários outros líderes socialistas, como o vice-presidente nacional do partido, Roberto Amaral, afirmem que não é hora de discutir 2014, o gestor pernambucano tem se movimentado para armar os seus palanques rumo ao pleito do próximo ano. O movimento mais recente está em Alagoas, onde o PSB trabalhar para filiar o deputado federal Alexandre Toledo (PSDB) à legenda socialista para disputar o governo do Executivo alagoano.
As articulações de Campos geram desconforto no PT. Como o PSB evita discutir publicamente 2014, o PT tem pressa em saber se os socialistas permanecerão na base governista e apoiarão a reeleição da presidente Dilma Rousseff. Caso o PSB lance candidatura própria, o PT deverá correr para fortalecer os palanques de Dilma no Nordeste, especialmente em Pernambuco. No entanto, o próprio Beto Albuquerque confirmou que o pleito do próximo ano está, sim, sendo discutido junto aos integrantes da legenda socialista. “Nossos movimentos estão fazendo reuniões nos municípios, estimulando a base para discutirmos sobre isso. Nossa discussão é de baixo para cima, não é debate de cúpula”, declarou à Folha de Pernambuco.
Diante dos rumores de que o PSB pode entregar os cargos que possui no Governo Federal, os socialistas, em tese, não entregarão suas pastas, uma vez que poderiam ser responsabilizados pelo rompimento antes da eleição. Nesta situação, a legenda coloca o PT em uma “saia-justa” na medida em que joga para os petistas a decisão sobre um possível rompimento. “Vamos esperar por nossa decisão sobre 2014. Quem decide é Dilma, mas nós ajudamos nesse processo (da eleição da presidente). Não nos sentimos pressionados para entregar cargos. Tem muita gente apressada querendo discutir isso em 2013, mas não vamos morder essa isca”, afirmou Albuquerque.
Enquanto o PSB não manifesta publicamente uma definição a respeito do projeto presidencial de Eduardo Campos, o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, que é do PSB e foi indicado ao cargo por Campos, segue defendendo a reeleição da presidente Dilma. Não se sabe ao certo se o PT vai entregar os cargos da legenda socialista ainda neste ano. Mas o fato é que o PSB é um dos principais partidos aliados, oficialmente, do Governo Federal e, teoricamente, a saída da legenda da base governista demandará maior capacidade de articulação política do PT.
Curiosamente, a aglutinação política é uma das principais preocupações dos petistas, algo que, inclusive, já foi tema de reunião na semana passada. Caso os socialistas deixem a base aliada, resta saber se o ex-presidente Lula, que já confirmou influir em algumas decisões da presidente Dilma, terá o papel de “salvador” para manter sólidas as articulações políticas do PT ou se os petistas apostarão suas fichas na popularidade de Dilma.