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Protestos no Brasil – Contra o almoço grátis

Protestos no Brasil

Contra o almoço grátis

Manifestações contra os gastos da Copa, ao contrário das famigeradas badernas pelo almoço grátis, digo, pelo passe livre, não contam com o apoio da mídia e, provavelmente, passarão despercebidas

por João Luiz Mauad/on

A exemplo do que já ocorrera em Brasília, a Polícia Militar do Rio de Janeiro “dispersou”, no último domingo, uma manifestação pacífica contra os gastos exorbitantes que estão sendo feitos país afora, visando à Copa do Mundo de 2014 e, no Rio de Janeiro, à Olimpíada de 2016.  Por serem manifestações, digamos, politicamente incorretas, ao contrário das famigeradas badernas pelo almoço grátis, digo, pelo passe livre, elas não contam com o apoio da mídia e, provavelmente, passarão despercebidas pelo grande público.  Uma pena!

Tanto a Copa quanto a Olimpíada terão um custo muito alto para pouquíssimo benefício. Os Jogos Pan-Americanos de 2007 já nos deixaram um legado de estádios vazios, mal projetados e localizados (vide o Engenhão e a arena de ciclismo na Barra), além de gastos que superaram o orçamento original em algumas vezes.

Qual será o custo de oportunidade dessa nova aventura bilionária? Por exemplo: quantos hospitais, presídios, quilômetros de rede de esgoto e outros investimentos prioritários deixarão de ser feitos com o dinheiro que o governo gastará nesse circo Copa/Olimpíada? O fato é que vão dar um banho de loja na nossa querida, bela e maltratada cidade.  Só que, à meia-noite, a carruagem voltará a ser uma abóbora, pois não cuidaremos do essencial.

Ah! Sim, criar-se-ão empregos com a fortuna que o governo gastará. Mas, espera aí: de onde virá toda essa grana, senão do bolso de gente que poderia fazer melhor uso dela? Não esqueçamos de que tudo que o governo gasta, ele antes tira da própria sociedade. Governos apenas desviam recursos de um lado para o outro, quase sempre os tornando menos produtivos do que seriam, se deixados com seus donos originais.  Ademais, se houvesse dinheiro para as obras de infraestrutura necessárias, como a ampliação do Metrô, não precisaríamos de nenhuma Olimpíada.

Copa do Mundo e Olimpíada são brincadeiras de gente rica, que pode se dar ao luxo de gastar dinheiro com perfumaria. O Brasil está no papel daquele pai de família cuja casa está penhorada, a escola dos filhos atrasada, a mulher doente e sem dinheiro para comprar o remédio, mas, apesar disso tudo, um belo dia o sujeito chega em casa com uma enorme televisão de plasma, fruto de mais um caríssimo crediário. Será que a breve alegria compensará todos os sacrifícios futuros do mau uso dos recursos?