Ao menos 400 mil pessoas já confirmaram presença nos atos previstos para acontecer neste feriado da Independência; nas redes sociais, movimentos com focos diversos apoiam a liderança do grupo Anonymous, que planeja protestar em no mínimo 149 cidades brasileiras; governo reforça segurança contra mascarados, que serão obrigados a se identificar à polícia e presos se envolvidos em atos de vandalismo; acredita-se, porém, que nada irá superar a onda de manifestações que tomou o País em junho
6 de Setembro de 2013 às 11:46
247 – Centenas de milhares de pessoas – ao menos 400 mil – já confirmaram presença nas várias manifestações que vêm sendo organizadas para este Sete de Setembro, feriado da Independência do Brasil. Motivados pela onda de protestos ocorrida em junho passado, os brasileiros pretender fazer deste sábado mais do que uma celebração à pátria, mas um dia para voltar a registrar suas reivindicações.
Numa pauta geral, estão a exigência por melhores serviços públicos pelo governo, combate à corrupção, punição a corruptos, maior transparência no Congresso (voto aberto) e temas mais específicos, como a prisão dos condenados na Ação Penal 470 e o fim do voto obrigatório nas eleições. Também está previsto um ato de ataque ao chamado ‘propinoduto’ tucano nas obras do Metrô e trens de São Paulo e do Distrito Federal.
Nas redes sociais, o grupo Anonymous tem liderado a organização dos atos, que devem ocorrer em ao menos 149 cidades. Para o que chamam de "o maior protesto da história do Brasil", os ativistas declaram que sua causa é "suprapartidária" e condenam o possível "bando de oportunistas querendo se infiltrar com bandeiras de partido".
Ao todo, 12 movimentos sociais, que defendem temas diversos, apoiam as pautas dos hackers, conhecidos por usarem a máscara do personagem Guy Fawkes, popularizado no filme V de Vingança. Em um vídeo publicado no YouTube, convocam o povo para ir "além do Facebook". Em uma página na rede social, eles organizam a divulgação dos locais dos protestos de todo o Brasil.
O PT também já convocou sua militância a sair às ruas contra o que chama de um protesto organizado por "direitistas". Também por meio de vídeo, o dirigente do partido Valter Pomar pede uma resposta "muito forte e clara" a "essa gente", que chama de "grupo de torturadores aposentados, vivandeiras, viúvas da ditadura militar, direitistas em geral, cavernícolas em particular".
Acredita-se, porém, que nada superará a movimentação de junho, quando mais de um milhão de manifestantes tomaram as ruas de centenas de cidades brasileiras por dias seguidos.
Segurança reforçada
Para evitar vandalismo e violência, o governo prepara uma força tarefa de segurança especial para o feriado. Conflitos estão previstos durante o desfile cívico, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, com a participação da presidente Dilma Rousseff, e durante o jogo entre Brasil e Austrália, no estádio Mané Garrincha, também na capital federal. Além de detectores de metal, sempre usados em grandes eventos desse tipo, haverá revista de bolsas e mochilas, a fim e evitar que manifestantes portem bombas caseiras e coquetéis molotov.
Nesta quinta-feira, o Governo do Distrito Federal anunciou um efetivo que contará com quatro mil policiais militares, além de 320 bombeiros e 150 policiais civis. "Temos informações que haverá pessoas infiltradas para cometer atos de violência e vandalismo. Vamos coibir isso", disse o secretário de Segurança, Sandro Avelar, que garantiu que não serão permitidos manifestantes mascarados. Quem não estiver com o rosto à mostra, será detido até que se identifique.