Projetado dia monumental de protestos não acontece; grupos isolados, unidos sob as máscaras de Black Blocs, causam incidentes em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Recife e Maceió; massa foi viajar, passeou ou ficou em casa assistindo Brasil 6 X 0 Austrália, em Brasília; ataque ao estádio Mané Garrincha foi feito por minoria; bloqueio da avenida Paulista teve falta de quórum; no Rio, repressão isolou ato contra Palácio Guabara; violência e falta de bandeira política esvaziaram manifestações; vitória do governo, que não apanhou, e dos repórteres-fotográficos, que captaram ótimas imagens; seleção
7 de Setembro de 2013 às 20:54
247 – Foi um grande feriado de 7 de Setembro de sol e agitação pelo Brasil. Mas bom para quem, exatamente? Cercado por um contexto político específico neste 2013, o Dia da Independência encerrava projeções de manifestações de massa e protestos em todo o País. Não foi divulgada, anteriormente, nenhuma bandeira de ordem específica para unir, como nos protestos de junho, as massas contra um objetivo. Naquele momento, o aumento nas tarifas de transportes urbanos. Agora, o que?
Pelo que se viu, nada. As massas simplesmente não saíram de casa ou foram fazer outra coisa, mas, ainda assim, houve um show para os fotógrafos. Graças às minorias identificadas como Black Blocs, incidentes de depredações e conflitos com a polícia em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Recife e Maceió foram as únicas ocorrências do dia. Quatro dezenas de prisões em Brasília e cerca de 20 no Rio de Janeiro foram registradas. Ocorreram, igualmente, dezenas de liberações imediatas. Nenhuma ocorrência grave.
E, sim, a presidente Dilma Rousseff conseguiu fazer com tranquilidade o desfile do Dia da Pátria, diante das tropas militares, em Brasília, e, em seguida, no alto da Esplanada dos Ministérios, a Seleção Brasileira, no estádio Mané Garrincha, goleou a da Austrália por 6 a 0, numa amistoso que veio a calhar.
O 7 de Setembro foi em tudo favorável ao governo. A falta de uma bandeira de ordem unitária, capaz de mobilizar os estudantes, ao menos, quanto mais outras camadas da sociedade proporcionou, na prática, a data aos grupos dispersos unidos pela marca de Black Blocs. Esses, como já se viu, gostam de quebrar vidraças, tem a simpatia de Caetano Veloso (ui!) e afugentam as massas das ruas como ninguém.
Na prática, mostrou-se neste 7 de setembro que o ciclo de protestos iniciado em junho se estressou agora. Acabou. O governo pode ser o protagonista do novo ciclo. Do jeito que estão as "ruas", bom está para os repórteres-fotográficos apenas: