247 – Alguns réus da Ação Penal 470 preferiam que, às vésperas da decisão do ministro Celso de Mello sobre a possibilidade de embargos no Supremo Tribunal Federal, não se fizesse qualquer tipo de marola. Toda a pressão, até agora, vinha sendo exercida por veículos de comunicação politicamente engajados, como a revista Veja e o jornal O Globo, para que o decano nega aos réus um direito de defesa antes consagrado na suprema corte.
No entanto, dirigentes do PT também decidiram entrar no jogo de pressões, antes do voto de Minerva que será proferido pelo ministro nesta quarta-feira. Ontem, durante um debate entre os candidatos à presidência do PT, ocorrido em São Paulo, três postulantes ao comando da sigla, Rui Falcão, Valter Pomar e o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), fizeram um desagravo aos quatro réus ligados ao partido: José Dirceu, Delúbio Soares e os deputados José Genoino (PT-SP) e João Paulo Cunha (PT-SP).
"Quatro companheiros de maior valor estarão dependendo da decisão do ministro Celso de Mello, que está sendo pressionado pela grande mídia para que mude suas convicções", disse Rui Falcão, atual presidente e favorito na disputa sucessória.
Paulo Teixeira, seu principal adversário, foi além e disse esperar a revisão das condenações. "Esperamos que sejam providos os embargos, para que possam ser revistas as condenações e possa se fazer Justiça a todos aqueles companheiros que estão sendo julgados".
Um ponto em comum foi a crítica às pressões exercidas por setores da direita sobre o STF. "Aproveito para reafirmar a ideia de que todos esperamos que o Supremo Tribunal Federal faça valer o Estado de Direito, e não o Estado da direita, como parte dos ministros preferem", declarou Valter Pomar, outro postulante ao comando do PT.
