O partido discute se fica na base do governador Tarso Genro (PT) ou se lança candidato próprio; segundo o presidente do PDT-RS, Romildo Bolzan (na ponta da mesa), "o quadro eleitoral está completamente aberto", ainda que "duas candidaturas mais fortes já apareçam neste momento" – a do gestor estadual e a da senadora Ana Amélia Lemos (PP)
1 de Outubro de 2013 às 15:49
Iuri Müller, Sul21 – A executiva estadual do Partido Democrático Trabalhista (PDT) decidiu prolongar até novembro a discussão sobre a possível candidatura própria nas eleições de 2014 e a permanência no governo Tarso Genro (PT). O debate ocorreu na noite desta segunda-feira (30) em Porto Alegre e reuniu deputados, vereadores e demais representantes do PDT gaúcho.
O PDT realiza há meses encontros municipais para definir o posicionamento da sigla para o pleito de outubro do próximo ano. Até aqui, foram realizadas 34 das 38 reuniões pelo estado, que encaminham a opção pela candidatura própria ao Palácio Piratini. Quem aparece como principal alternativa para representar a sigla é o deputado federal Vieira da Cunha, que confirma a intenção de concorrer. Na pesquisa eleitoral publicada nesta segunda-feira e encomendada pelo Grupo RBS, o deputado aparece com cerca de 2% das intenções de voto.
Ao mesmo tempo em que projeta o caminho das eleições, o PDT ainda ocupa cargos no governo estadual, como as secretarias de Saúde, Esporte e o Gabinete dos Prefeitos. Após a saída do Partido Socialista Brasileiro (PSB) da composição de forças do governo Tarso Genro (PT), a Casa Civil ofereceu um novo posto para os trabalhistas: trata-se da Secretaria de Infraestrutura e Logística (Seinfra), que permanece à espera da decisão pedetista.
Antes do encontro, o presidente estadual do partido, Romildo Bolzan, confirmou que "não estava em jogo nesta reunião a permanência ou a saída do governo estadual": o debate serviria para "ajustar o cronograma de decisões" e ouvir a impressão de representantes de todo o estado sobre a conjuntura. A executiva acabou por definir a realização de uma convenção em novembro, quando todos os encontros municipais já terão sido realizados.
Para o secretário do Gabinete dos Prefeitos do governo estadual, Afonso Motta, a discussão interna no partido passa "por três visões distintas". A primeira delas defenderia a candidatura própria "de forma incondicional, em qualquer circunstância". A segunda linha também seria a favor de um projeto para além do governo petista, "desde que seja viabilizado com alianças e garantias de espaço na televisão e no rádio" para alavancar a candidatura. Por último, Motta diz que também há um grupo, mesmo que minoritário, que defende "que o melhor caminho seria continuar nas alianças que formam os governos estadual e federal".
Afonso Motta afirmou que mesmo a proposta para assumir o comando da Seinfra parece ter sido insuficiente, já que a ideia da candidatura própria "tem muita força no partido". Romildo Bolzan também afirmou que o governo estadual "tem respeitado o momento de discussão interna" pelo qual passa a sigla, que ainda mantém secretarias e outros cargos no Palácio Piratini. Quanto às primeiras reações que a possível candidatura de Vieira da Cunha causou, Bolzan afirmou que "o PDT já tinha números internos" e que os percentuais "são naturais neste período".
"Há uma grande porcentagem de indecisos, que devem decidir o seu voto apenas em julho ou agosto do ano que vem, muito perto das eleições. Isso é o que vai definir o processo, ainda há muita discussão até lá", afirmou Romildo Bolzan. O presidente estadual do PDT disse que "o quadro eleitoral está completamente aberto", ainda que "duas candidaturas mais fortes já apareçam neste momento" – em referência aos nomes do atual governador Tarso Genro (PT), que deve tentar a reeleição, e da senadora Ana Amélia Lemos (PP).