Líder do PSB no Senado, Rodrigo Rollemberg diz que declarações do governador Eduardo Campos refletem "diálogo franco e compartilhado por muitos"; parlamentar rebateu, em entrevista ao Pernambuco 247, questionamento da ministra Gleisi Hoffmann e disse que "para o povo, no governo Campos, haverá crescimento econômico, controle da inflação, geração de emprego e diálogo com a sociedade"; ontem, a titular da Casa Civil desafiou o pré-candidato ao Planalto ao questionar o que o socialista reserva para o povo na equação de corte de gastos e ganhos maiores a concessionários, banqueiros e empresários, conforme promete
20 de Novembro de 2013 às 15:56
Paulo Emílio / Pernambuco 247 – Apesar das frequentes críticas do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, ao governo da presidente Dilma Rousseff, o PSB nega que esteja em curso uma radicalização do discurso do partido em torno da gestão da petista. Segundo o líder do PSB no Senado, Rodrigo Rollemberg, as últimas declarações feitas pelo pré-candidato ao Planalto refletem “um diálogo franco e compartilhado por muitos”.
Apesar de negar o aumento na temperatura política, o parlamentar rebateu, em entrevista ao Pernambuco 247, o questionamento feito pela ministra chefa da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, sobre o “que ele (Campos) reserva para o povo”, caso venha a concorrer em 2014. “Para o povo, no governo Campos, haverá crescimento econômico, controle da inflação, geração de emprego e diálogo com a sociedade, temas que andam raros em Brasília e no Brasil”, responde Rollemberg.
Apesar da acidez da resposta endereçada à ministra, Rollemberg diz que as críticas de Campos são feitas com base em fatos concretos. “É a opinião que ele tem que dar quando achar necessário. É um diálogo franco e compartilhado por muitos. Se as coisas estivessem tão bem como dizem não haveria essa preocupação com a economia, com a falta de diálogo, mudanças de regras, entre outras coisas. Campos disse frases contundentes para tratar de temas contundentes”, ressaltou o líder do PSB no Senado.
Desde que se colocou como potencial candidato à Presidência da República, o socialista vem aumentando paulatinamente o teor das críticas contra o governo federal. Com a saída da legenda da base de apoio de Dilma, as ponderações ficaram mais ácidas e elevaram a temperatura entre o PT e o PSB, que durante décadas mantiveram uma aliança histórica.
A movimentação do socialista em busca de apoio para sua postulação também tem incomodado setores do governo. A entrada da ex-senadora Marina Silva no PSB, cotada para ser a vice na chapa de Campos, não foi bem digerida pelo PT em função do capital eleitoral da ex-verde, que nas últimas eleições presidenciais alcançou o patamar de quase 20 milhões de votos. Nas pesquisas, é ela também quem mais se aproxima de Dilma Rousseff nas intenções de voto.
Rusga com agronegócio
O socialista vem se movimentando ainda para reconquistar a confiança do setor do agronegócio em torno de suas ideias. Isso depois de Marina levar ao rompimento a aliança que estava sendo traçada junto ao setor, através do deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), com quem ela teve dura discussão. Nesta linha, o governador tem feito encontros constantes com lideranças e empresários do setor, a última delas realizada no início desta semana em São Paulo.
Ao mesmo tempo, o presidente nacional do PSB também tem amealhado simpatia de outros segmentos que são extremamente caros ao PT. Estão incluídos aí setores do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e as centrais de trabalhadores, como a Força Sindical, conforme já explicitado pelo deputado e sindicalista da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (SDD-SP).
Além disso, vem sendo intensificados os contatos com o setor empresarial, onde alguns segmentos são simpáticos à sua potencial candidatura. Neste ponto, Marina também possui certa penetração em áreas que veem com bons olhos o mote da sustentabilidade ser empregado como um diferencial econômico e social.
Apesar de o PSB negar que haja uma radicalização no que diz respeito às críticas e na busca de apoio em torno do projeto socialista visando o Planalto em 2014, a sinalização é clara diante das declarações cada vez mais contundentes e da movimentação feita pelo candidato socialista. Se a radicalização do discurso ainda não está ocorrendo, ela é esperada para acontecer em breve.
De Gleisi a Campos: "o que ele reserva para o povo?"
Ministra-chefe da Casa Civil rebate críticas do governador de Pernambuco sobre a falta de diálogo do governo com o setor agrícola: "Campos anuncia cortes de gastos e faz promessas de ganhos maiores a concessionários, banqueiros e empresários em geral. Vamos aguardar para saber o que ele reserva para o povo nessa equação"
20 de Novembro de 2013 às 06:39
247 – A ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, saiu em defesa do governo diante da série de críticas lançada pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). De olho na aproximação com o empresariado em 2014, o ex-aliado de Dilma Rousseff bate na tecla da ausência de diálogo do governo com o setor privado.
"Campos anuncia cortes de gastos e faz promessas de ganhos maiores a concessionários, banqueiros e empresários em geral. Vamos aguardar para saber o que ele reserva para o povo nessa equação", rebate a candidata ao governo do Paraná.
Gleisi também fez uma referência indireta à aliança de Campos com a ex-senadora Marina Silva, que causou o rompimento do PSB com deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), um dos líderes da bancada ruralista. "Discurso fácil e radical não resolve o problema e não é bom para o Brasil. O governador deveria olhar bem à sua volta e ver que o problema de interlocução com o campo não está no governo."
Segundo a ministra, Campos forja críticas para se defender. "Eu sou de um Estado agrícola e sei o que estamos fazendo. Lá e nas grandes regiões produtoras, estamos bombando, como dizem os jovens. Quero crer que as declarações do governador devem ser por desconhecer o setor e das políticas do governo", acrescentou.