Governador Tarso Genro assinou decreto instituindo a Comissão Estadual Alusiva aos 170 anos da Batalha de Porongos, ocorrida em 14 de novembro de 1844, para difundir programação alusiva ao tema no Estado
22 de Novembro de 2013 às 06:36
Governo do Estado – O governador Tarso Genro assinou decreto instituindo a Comissão Estadual Alusiva aos 170 anos da Batalha de Porongos, ocorrida em 14 de novembro de 1844. O objetivo é salientar a importância, o comprometimento e a bravura dos Lanceiros Negros com a causa Farroupilha, mostrar a invisibilidade da comunidade negra na história do Estado e valorizar sua contribuição para a construção da identidade gaúcha.
A criação da comissão, que está alinhada ao compromisso do Governo do Estado com a diversidade étnico-racial, será coordenada pela Fundação Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore (FIGTF), vinculada à Secretaria de Estado da Cultura (Sedac). Uma das tarefas será gerenciar a programação alusiva ao tema; recomendar a elaboração de estudos e pesquisas; incentivar a realização de campanhas relacionadas ao melhor entendimento da batalha de Porongos; ressaltar a relevância da comunidade negra na Guerra Farroupilha e do combate ao racismo.
A comissão será composta por membros do Gabinete do Governador; Procuradoria-Geral do Estado e secretarias da Educação, da Cultura, da Segurança Pública, da Justiça e dos Direitos Humanos e Conselho Estadual de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra. Poderão integrar convidados do Movimento Negro Unificado, União de Negros pela Igualdade, Movimento Quilombista e Organização de Mulheres Negras (Maria Mulher).
Porongos
O local foi palco, no final da Revolução Farroupilha, de um dos mais trágicos acontecimentos da história do Rio Grande do Sul e do Brasil – o massacre dos negros farroupilhas, notabilizados como Lanceiros Negros, que lutaram pela República, na esperança da liberdade prometida e que, ao invés disso, foram barbaramente aniquilados na madrugada de 14 de novembro de 1844, no Cerro de Porongos, atual município de Pinheiro Machado.
Lanceiros Negros
Eram negros livres ou libertados pela República – com condição de lutarem como soldados pela causa republicana – ou por ex-escravos pertencentes aos imperiais. Em sua grande maioria, foram recrutados entre os negros campeiros e domadores das serras dos Tapes e do Herval (abrengendo os municípios de Canguçu, Piratini, Caçapava, Encruzilhada e Arroio Grande), no sul do Estado.
Inicialmente comandados pelo tenente-coronel Joaquim Pedro Soares, mais tarde tiveram por chefe o major Joaquim Teixeira Nunes. Participaram da expedição a Laguna, desempenharam importante papel na constituição da República Juliana. Eram as tropas de choque do exército farroupilha. Foi tão importante o seu papel que, em 31 de agosto de 1838, foi formado o 2º Corpo de Lanceiros Negros, com 426 combatentes.
Texto: Rita Escobar