O motivo? A deputada criticou o cartel do metrô paulista, que envolve os governos tucanos; por isto foi ironizada pelo presidente do PSDB/SP, deputado Duarte Nogueira; ele disse que o objetivo dela era defender o ministro Eduardo Cardozo, por "razões do coração"; Manuela já teve um relacionamento com o ministro; declaração revoltou deputada: "Há formação de cartel? A empresa Siemens, da Suíça, todos estão conspirando contra o PSDB ou há de fato corrupção, e corrupção pesada, no Estado de São Paulo? Presidente do PSDB de São Paulo tenta desqualificar com a minha vida privada acusações graves e políticas"; confira vídeo
247 – A deputada federal Manuela D’Ávila (PC do B/RS) fez um discurso inflamado nesta semana na Câmara para rebater uma declaração, que ela considerou machista, do deputado federal Duarte Nogueira, presidente do PSDB paulista. Ambos participavam de audiência pública sobre as denúncias de cartel envolvendo os governos tucanos de São Paulo, com a presença do ministro da Justiça Eduardo Cardozo, quando Nogueira insinuou que as cobranças da deputada sobre o caso tinham a ver com “as razões do coração”, insinuando que Manuela estaria ali defendendo Cardozo por já ter se relacionado com ele.
"Estava na condição de líder do meu partido debatendo o noticiário brasileiro, aquilo que sai em todos os jornais do nosso país há pelo menos 20 ou 30 dias, a corrupção e o cartel no Estado de São Paulo, aquilo a que todos os brasileiros têm assistido no Jornal Nacional, nos jornais de grande circulação. Há formação de cartel? A empresa Siemens, da Suíça, todos estão conspirando contra o PSDB ou há de fato corrupção, e corrupção pesada, no Estado de São Paulo? Questionava eu os parlamentares tucanos na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, numa audiência com a presença do ministro da Justiça, quando sou surpreendida, após 15 anos de militância e 10 anos de mandato parlamentar, por uma atitude extremamente machista do presidente do PSDB de São Paulo, que, insinuando coisas que não são notícias requentadas ou não públicas da minha vida privada, diz que o coração tem razões que a própria razão desconhece, ou seja, tentando desqualificar acusações graves e políticas que fiz na condição de líder de um partido político com a minha vida privada, atitude machista e leviana que não condiz com aqueles que tentam mudar a vida política e a cultura machista deste país", afirmou em plenário.
"Eu não falo aqui porque me sinto ofendida, aliás, me sinto ofendida como milhares de mulheres brasileiras que são ofendidas cotidianamente por essa cultura machista, falo porque não podemos tolerar mais que a Câmara dos Deputados, que o Congresso Nacional conviva com essa cultura de quem não sabe debater política, de quem não tem respostas para dar ao povo sobre o verdadeiro esquema de corrupção, porque o Estado de São Paulo tem que responder ao povo, e, por não ter respostas, vai pelo caminho fácil da violência do machismo contra as mulheres, da violência subjetiva, das falas entre linhas", criticou.
"Como eu disse na Comissão de Constituição e Justiça, a minha vida privada, embora não seja assunto público, não é promíscua como são promíscuas as relações que estão sendo investigadas no Estado de São Paulo", completou a deputada, sendo muito aplaudida.
Confira vídeo.