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A fundação do Partido dos Trabalhadores
Com o fim do regime militar e do bipartidarismo, operários ganham força, especialmente em São Paulo, culminando na criação do PT no dia 10 de fevereiro de 1980
O Partido dos Trabalhadores surgiu num momento de retomada das lutas políticas, no final dos anos 1970. Com o fim do regime militar chegando e a volta dos exilados, as discussões sobre o rumo político do país voltaram à tona com mais força.
Em 1979 é extinto o bipartidarismo com a dissolução da Arena e do MDB, abrindo-se assim espaço para o pluripartidarismo. Diversos movimentos, como os feministas e estudantis, também surgem nesse momento, assim como o movimento operário, particularmente no ABC paulista, onde o PT nasceu.
Tendo à frente o líder sindical Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 10 de fevereiro de 1980, o manifesto de fundação do Partido dos Trabalhadores (PT) é aprovado por mil representantes sindicais, intelectuais e políticos no Colégio Sion, em São Paulo.
Entre os signatários do manifesto figuram intelectuais como Mário Pedrosa, Hélio Pelegrino e Sérgio Buarque de Holanda; o ex-preso político Altino Rodrigues Dantas e o líder estudantil José Dirceu. O PT foi oficialmente reconhecido como partido político pelo Tribunal Superior de Justiça Eleitoral no dia 11 de fevereiro de 1982.
O manifesto começa assim: “O Partido dos Trabalhadores surge da necessidade sentida por milhões de brasileiros de intervir na vida social e política do país para transformá-la. A mais importante lição que o trabalhador brasileiro aprendeu em suas lutas é a de que a democracia é uma conquista que, finalmente, ou se constrói pelas suas mãos ou não virá.”
O partido tem um caráter popular e de esquerda, defendendo a “luta do povo oprimido pelas elites dominantes”.