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Velho pacto político freia agenda de mudanças, diz Eduardo

PSB/REDE/PPS – 22/02/2014

 

O governador de Pernambuco e presidente Nacional do PSB, Eduardo Campos, participou neste sábado (22), em Porto Alegre, do primeiro Seminário Regional Programático, envolvendo os três estados do Sul do País. O encontro que lotou dois auditórios da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul serviu para que a sociedade local debatesse as Diretrizes para Elaboração do Programa de Governo da Aliança que reúne o PSB, a Rede Sustentabilidade e PPS. O líder dos socialistas fez um compromisso de alinhamento partidário, em prol das conquistas da sociedade, e desafiou o que chamou de velho pacto político de Brasília que, para ele, não dialoga com o social e freia as mudanças urgentes.

O discurso de Eduardo Campos, em tribuna histórica, foi acompanhado pela fundadora da REDE, ex-senadora Marina Silva, pelo presidente do PPS, deputado federal Roberto Freire, o líder do PSB na Câmara, deputado Beto Albuquerque, além de outras lideranças nacionais e regionais dessas siglas e de personalidades históricas da política nacional, como o senador gaúcho Pedro Simon.

O governador iniciou seu discurso com um posicionamento duro contra a inércia do governo central atual. “Esse pacto político que hoje preside o Brasil já não tem sinergia, já não dialoga com o pacto social novo, a partir das mudanças operadas pelas próprias conquistas que nós ajudamos a fazer. E quando o pacto social e o pacto político não dialogam, um deles vai romper. E o que vai romper é o pacto político velho, que será derrotado pela vontade do povo nas urnas”, afirmou o governador, interrompido várias vezes pelos aplausos, no auditório Dante Barone lotado e nas outras dependências da Assembleia que acompanhavam os discursos através de telões.

Para o governador, a mudança que a sociedade anseia, é urgente. “Chegou a hora do Brasil fazer o que ele adiou durante essas três décadas: é um reencontro do Brasil, do seu povo, com seu destino. O país tem pouco tempo para colocar uma agenda nova, estratégica, que faça o Brasil ganhar o século XXI. Nós temos 20 anos de janela demográfica. Estamos no limite, na energia, na Educação, quanto à insegurança, perto do colapso do Sistema Único de Saúde, que foram as conquistas que nós tivemos. E não se faz isso na base do arrumadinho, não se faz isso na base do jeitinho”, declarou Eduardo, reafirmando que as mudanças novamente partirão da sociedade. “O Brasil está pronto para fazer esse debate, eu percebo. Há um grande anseio de que esse debate se aprofunde”, emendou o governador.

A hora é essa

Eduardo Campos voltou a alertar sobre os retrocessos econômicos do país. “Agora é a hora de compreender o que aconteceu em 2013: no mundo e no Brasil; com a mudança na plataforma de comunicação; com uma crise econômica, ambiental, de valores, de diálogo que a humanidade passa, e num ciclo em que o país começa a perder a altura, na sua economia. Começa a ficar claro, a falta de um planejamento para uma nação que é a sexta [economia] do mundo, que é estratégica para, não só o nosso equilíbrio, mas para o mundo como um todo”, disse o governador.

Eduardo Campos foi enfático, em afirmar que o governo atual está inerte, diante dos percalços econômicos e das mudanças exigidas pelas ruas. “Não há um brasileiro, de qualquer partido político, que não tenha perfeita consciência de que a agenda desse país não será aplicada – nenhum por cento dela, por esse pacto político que está em Brasília, que não coloca agenda de mudança nenhuma para frente”, declarou o governador.

Alerta para o descompasso

É a mesma visão que tem a ex-senadora Marina Silva que alerta para o descompasso, entre o governo federal e a população e que a próxima eleição será decida de forma diferente. “Eu tenho dito que quem vai ganhar essa eleição é o tablado e não o palanque. O tablado é diferente do palanque, que fica lá em cima. Do tablado, você tem que descer um pouco mais abaixo para, em vez de olhar de cima para baixo, olhar de baixo para cima, para ver o que está acima de nós. E o que está acima de nós é o Brasil. É o desafio da educação, da saúde, da segurança, da infraestrutura, da proteção das nossas imensas e belas riquezas naturais. Olhar de baixo para cima, vendo o que está acima de nós, é assumir o compromisso de deixarmos de ser gigantes pela própria natureza para nos agigantarmos pela natureza da gente”, pronunciou ela.

O deputado federal Roberto Freire relembrou das questões históricas que garantiram o que ele chama de realinhamento político de esquerda. “Eu acredito nessa aliança, pela história”, disse ele. “E, juntos, temos construído muito: no pensamento político, no pensamento democrático, de esquerda, de forma concreta, na ação, para as questões da democracia e da República”, acrescentou.

A presença do senador gaúcho Pedro Simon, que brincou com o público (“Haverão de se perguntar, o que ele está fazendo aqui?”), garantiu novos componentes históricos para essa frente partidária, formada a partir de outubro do ano passado. O ex-governador do Rio Grande do Sul lembrou dos aliados ideológicos de décadas passadas, para explicar o porquê de sua reverência, no Seminário do PSB-REDE-PPS, quando cita o profundo respeito que tinha por Miguel Arraes, avô de Eduardo Campos, e de como caminharam juntos, na política.

Simon explicou que o momento é outro, em Brasília, e cobrou mudanças rápidas na formação de governos: “Essa política do toma-lá-dá-cá tem que terminar”, refletiu, sobre o loteamento de postos, na administração federal. Depois, reafirmou seu compromisso de homem público de idoneidade reconhecida, explicando sobre o que o move, no campo político: “primeiro, para mostrar que o Brasil não tem dono”, avisou.

O início dos debates com a sociedade do Sul do país, ainda contaram com as palavras de unidade do deputado federal Beto Albuquerque, que cobrou um “novo federalismo” e um “Brasil eficaz”, falando de administração pública; do deputado estadual Paulo Odone, que acredita nessa aliança como “projeto de país, não de governo e poder”; e de Montserrat Martins, representante da REDE, no RS, que garantiu que o diferencial dessa Aliança, “não são as pessoas, mas as ideias”.

O debate no Sul é o primeiro da série regional que percorrerá o Brasil até o final de abril, passando ainda por Rio de Janeiro (15 de março), Recife (5 de abril), Goiânia (12 de abril) e Manaus (26 de abril). Nos últimos meses, a população pôde debater e fazer sugestões ao conteúdo programático construído em conjunto por dirigentes, políticos e militantes do PSB e da REDE, desde 28 de outubro, quando houve o primeiro encontro da Aliança, realizado em São Paulo. Além disso, os internautas também propuseram temas não abrangidos naquele debate, mas considerados prioritários. Os eixos definidos, a serem discutidos nos Encontros Regionais são:

* Estado e a democracia de alta intensidade;

* Economia para o desenvolvimento sustentável;

* Educação, cultura e inovação;

* Políticas sociais e qualidade de vida; e

* Novo urbanismo e o pacto pela vida.

 

 

 

Renato Pena – Assessoria de Imprensa do PSB 40 Nacional