Três Passos: Juremir Machado da Silva será painelista no Fórum Regional que debaterá os 50 anos do golpe militar no Brasil
O escritor, jornalista e professor universitário, Juremir Machado da Silva, é um dos convidados especiais que estarão participando do Fórum Regional Interdisciplinar 50 anos do Golpe Militar – Um tempo para lembrar, um tempo para esquecer. O evento está sendo promovido pela Escola Estadual de Ensino Médio Águia de Haia, de Três Passos, e acontecerá nos dias 31 de março e 1º de abril, no Cine Globo.
A programação contempla para o dia 31 de março, palestra com o deputado estadual Raul Carrion, com o tema “O preço de se resistir à Ditadura”, às 9h30min. No mesmo dia, mas a tarde, acontece o painel “Aprender e ensinar na educação da Ditadura”, com o professor José Clovis de Azevedo, atual secretário estadual de Educação, marcada para as 14 horas. A noite, a partir das 19h15min, acontece o painel “Jango: a vida e a morte no exílio”, com Juremir Machado da Silva, que também está lançando este mês a obra 1964 – O golpe midiático-civil-militar, pela Editora Sulina.
No dia 1º de abril, o evento inicia com apresentação artística e palestra com o tenente-coronel Claiton Rui da Costa Portilho, com o tema “Ditadura: alguns pontos a serem observados antes da condenação”, às 8h40min. A tarde, destaque para o diálogo, no formato de mesa redonda, com Valdetar Dornelles e Alberi Maffi, integrantes de grupos que combateram o regime militar em nossa região.
As inscrições para participação no evento estão abertas até o dia 28 de março. O custo é de R$ 30,00. Alunos, professores e a comunidade em geral estão convidados a prestigiar. Maiores informações na Escola Águia de Haia, ou através do fone 3522-1285.
Juremir se destacou ao relatar 50 anos da Legalidade e resgatar trajetórias de líderes como Getúlio, Brizola e Jango
Juremir Machado da Silva é hoje um dos mais respeitados intelectuais do Rio Grande do Sul. Sua coluna diária no jornal Correio do Povo e sua participação no programa Esfera Pública, da Rádio Guaíba, de segunda a sexta-feira, das 13h às 14h, tem lhe rendido boas polêmicas e importantes debates.
Nos últimos anos, algumas de suas obras de maior destaque referem-se à líderes políticos gaúchos que tiveram participação decisiva na cena nacional. Uma espécie de trilogia do escritor foi apresentada aos leitores, tendo como pano de fundo os personagens Getúlio Vargas, João Goulart e Leonel Brizola, três líderes trabalhistas com íntima ligação.
Em 2004, pela editora Record, Juremir lançou o romance Getúlio, com grande vendagem em todo o país. A obra trouxe novas informações a respeito da história de um dos maiores presidentes da história brasileira.
Já em 2011, aproveitando a celebração de cinquentenário do Movimento da Legalidade, Juremir lançou o livro Vozes da Legalidade – Política e imaginário na Era do Rádio, pela editora Sulina. A obra refaz os principais acontecimentos do movimento político e civil capitaneado pelo então governador gaúcho, Leonel Brizola, garantindo o retorno do vice-presidente João Goulart ao país, após a renúncia de Jânio Quadros à presidência.
Em 16 de agosto de 2011, Juremir participou em Três Passos do Ciclo de Debates e Reflexão 50 anos da Legalidade. O evento, promovido no auditório da Unijuí, contou com maciça presença de público. Na oportunidade, Juremir relatou diversos pontos de destaque daquele movimento que colocou o Rio Grande do Sul no centro de uma disputa de poder.
Agora, já em 2014, quando o país retomará os debates sobre os 50 anos do golpe militar, Juremir está com dois novos livros em destaque. O primeiro deles, Jango – A vida e a morte no exílio, pela editora L&PM. A história destaca o personagem João Goulart, presidente deposto em março de 1964 e que até hoje desperta paixões e contestações em interpretações de estudiosos e pessoas que viveram aquela época.
O outro livro, que será lançado quinta-feira (13), na sede do Correio do Povo, em Porto Alegre, é 1964 – O golpe midiático-civil-militar, pela editora Sulina.
“Escrevi “1964 golpe midiático-civil-militar” para me divertir. Trabalhei como um cão, mas senti prazer. De que trata realmente meu livro? De que como jornalistas e escritores hoje cantados em prosa e verso apoiaram escancaradamente o golpe: Alberto Dines, Carlos Heitor Cony, Antonio Callado, Carlos Drummond de Andrade, Otto Lara Resend, Otto Maria Carpeaux, Rubem Braga e outros. Alguns, como Cony, arrependeram-se ainda na primeira semana de abril. Outros só mudaram depois de 1968 e do AI-5. Alguns permaneceram fiéis ao regime. Os mais espertos, como Alberto Dines, reescreveram-se”, afirmou Juremir em seu blog.
Dia 31 de março será mais uma oportunidade para Três Passos e a região acompanharem de perto o trabalho de um pensador arrojado, sempre pronto a levantar uma boa polêmica, mas com argumentos amplos e reforçados através de pesquisas.