TCU deve abrir ainda nesta semana uma auditoria para investigar suspeitas de superfaturamento em dois negócios envolvendo a Petrobras Biocombustíveis e a BSBios, do Rio Grande do Sul; empresa gaúcha teria comprado uma usina de biodiesel em Marialva (PR) por R$ 37 milhões em 2009 e, seis meses depois, a Petrobras Biocombustíveis desembolsou R$ 55 milhões para adquirir metade do negócio; em 2011, a estatal gastou R$ 200 milhões para ficar com a metade das instalações da BSBios; presidente da BSBios diz que diferença de valores é consequência da situação da usina paranaense à época
24 de Março de 2014 às 18:04
Rio Grande do Sul 247 – Em meio às polêmicas envolvendo a Petrobras pela compra da refinaria de Pesadena, no Texas (EUA), o Tribunal de Contas da União (TCU) deve abrir ainda nesta semana uma auditoria para analisar a associação da Petrobras Biocombustíveis com a BSBios, de Passo Fundo (RS). Segundo o deputado Luís Carlos Heinze (PP), houve superfaturamento em dois negócios envolvendo o braço da estatal e a empresa gaúcha.
As suspeitas estão relacionadas à compra de uma usina de biodiesel no município de Marialva (PR) pela BSbios. A empresa havia comprado o empreendimento por R$ 37 milhões em maio de 2009 e, seis meses depois, a Petrobras Biocombustíveis desembolsou R$ 55 milhões para adquirir metade do negócio no Paraná. Em julho de 2011, a estatal gastou R$ 200 milhões para ficar com a metade das instalações da BSBios, em Passo Fundo. Ou seja, a Petrobras Biocombustíveis teve uma despesa de R$ 255 milhões para adquirir metade dos dois empreendimentos.
Outro lado
O presidente da BSBios, Erasmo Battistella, diz que a diferença de valores é consequência da situação da usina paranaense em 2009. Segundo ele, quando a holandesa Agrence adquiriu a unidade, naquele ano, as obras estavam paralisadas há um ano e meio e a construção não tinha chegado à metade, causando prejuízos ao investidor, o que explica, na avaliação dele, o aumento do valor da compra. "O negócio passou por todas as instâncias e auditorias externas da Petrobras. Estamos trabalhando normalmente, e todas as informações que nos forem pedidas vamos prestar", acrescenta Battistella.
Conforme o jornal gaúcho Zero Hora, o presidente da Petrobras Biocombustíveis na época, Miguel Rossetto, atual ministro do Desenvolvimento Agrário, participou em dezembro de uma audiência pública na Comissão de Agricultura da Câmara Federal e disse que a compra das usinas foi motivada por critérios técnicos.
Ainda segundo ele, que não foi localizado pelo jornal, ambos os negócios tinham como objetivo fazer a estatal ocupar espaço na Região Sul em decorrência da grande concentração de agricultores familiares e da grande produção de soja.