O governador Tarso Genro (PT) ainda não confirmou, com todas as letras, que é candidato à reeleição na disputa pelo Palácio Piratini, mas lideranças do PT, entretanto, não trabalham com outra possibilidade e já articulam alianças para formar a coligação; o PTB, maior partido da base aliada, trabalha com três nomes para indicar o vice de Tarso; o principal deles é o do deputado estadual Luís Augusto Lara, ex-secretário estadual do Trabalho no governo petista
10 de Abril de 2014 às 16:13
Samir Oliveira, Sul 21 – O governador Tarso Genro (PT) ainda não confirmou, com todas as letras, que é candidato à reeleição na disputa pelo Palácio Piratini. As lideranças do PT, entretanto, não trabalham com outra possibilidade e já articulam alianças para formar a coligação que enfrentará o pleito.
Até o momento, o cenário colocado envolve uma aliança entre PT, PTB, PCdoB, PRB, PR e PPL. A coligação é diferente da realizada em 2010, quando Tarso venceu a eleição com o apoio do PSB, do PCdoB, do PR e do PPL– e, após o resultado, conquistou a adesão do PTB, do PRB e do PDT.
Desde então, PDT e PSB já desembarcaram da administração estadual. Os pedetistas saíram para lançar o deputado federal Vieira da Cunha como candidato ao governo gaúcho. E os socialistas deixaram o Piratini para trabalhar pela candidatura do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos ao Palácio do Planalto.
Com isso, o PTB se tornou o maior partido da base aliada de Tarso. Cabe aos petebistas a indicação de um nome para o cargo de vice na chapa, já que o atual vice-governador, Beto Grill (PSB), não irá concorrer à reeleição. E a vaga ao Senado na composição majoritária já está garantida para o PCdoB, que irá indicar a ex-senadora Emília Fernandes.
Neste cenário, o PTB trabalha com três nomes para indicar ao PT para a vaga de vice de Tarso. O principal deles é o do deputado estadual Luís Augusto Lara. Ele era secretário estadual do Trabalho no governo petista e deixou o cargo para poder participar da eleição deste ano. Lara também foi secretário estadual de Turismo durante o governo de Yeda Crusius (PSBD) e ocupou a titularidade da mesma pasta no mandato de Germano Rigotto (PMDB).
Em 2010, Lara, que era, então, o presidente do PTB no Rio Grande do Sul, chegou a ensaiar uma pré-candidatura ao Palácio Piratini, contando com o apoio do ex-vice-governador José Antônio Feijó (DEM). Na ocasião, o discurso de ambos era o de que a chapa poderia representar “uma aliança entre o capital e o trabalho”.
A reportagem tentou entrar em contato com o deputado para comentar sua indicação ao cargo de vice de Tarso Genro, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria. O atual presidente do PTB gaúcho, deputado federal Luiz Carlos Busato, conversou com o Sul21 e informou que Lara não negou a possibilidade de aceitar a indicação – apesar de ainda não ter confirmado que aceitará o convite. “O nome mais cotado é o Lara. Ele não disse que não (aceita), o que já é alguma coisa”, comenta.
Busato informa que os outros nomes indicados pelo PTB são o da ex-prefeita de Santa Cruz do Sul, Kelly Moraes, e do ex-vereador Elói Guimarães. Atualmente, Guimarães é secretário de Administração de Porto Alegre. Ele também ocupou a Secretaria Estadual de Administração durante o governo de Yeda Crusius.
O nome preferido de Tarso para o cargo de vice-governador em sua chapa é o do ex-senador Sérgio Zambiasi (PTB). Entretanto, ele já teria manifestado ao partido e ao governo que não deseja concorrer a nenhum cargo nas eleições deste ano.
“Zambiasi tem sido um grande conselheiro e nos ajudado muito. Ele já deu uma vida inteira ao partido, é um nome que todos gostariam de ter como vice. Mas ele já disse com todas as letras para nós e para o governador que não quer”, assegura Luiz Carlos Busato.
“PTB é estratégico nesta eleição”, diz presidente do PT gaúcho
Ex-prefeito de São Leopolodo e atual presidente do PT gaúcho, Ary Vanazzi negocia as alianças que o PT fará com outros partidos para a disputa ao Palácio Piratini neste ano. Ele entende que o PTB é um aliado prioritário do partido. “O PTB é estratégico para nós nesta eleição e tem a prioridade (para o cargo de vice)”, garante.
O petista informa que está se reunindo praticamente todas as semanas com dirigentes do PTB para ouvir o partido a respeito das indicações que serão feitas para o cargo de vice. “Estamos na fase da costura da chapa. Do ponto de vista dos prazos das convenções oficiais, que são em junho, estamos dentro do tempo necessário”, afirma. Ary Vanazzi diz que o PTB já apontou vários nomes ao PT, mas ainda não confirmou nenhuma indicação. “Eles apontaram nomes, tem várias hipóteses. Mas oficialmente ainda não nos foi dada nenhuma definição”, explica.
O deputado petebista Luiz Carlos Busato diz que o partido poderá, inclusive, abrir mão de indicar o vice-governador caso surja um partido novo na coligação e que possuía interesse na vaga. Entretanto, Ary Vanazzi considera pouco provável que isso aconteça. “Não estamos vendo nenhuma outra alternativa no estado que não veja a candidatura a vice com o PTB. Todos os demais partidos já estão mais ou menos definidos”, afirma.