O Bloco de Luta pelo Transporte Público realizou um protesto pelas ruas de Porto Alegre contra o Grupo RBS e a Copa do Mundo; ao perceberem que a manifestação se dirigia para a sede da Zero Hora, o bloco entoava “A Zero Hora vai cair”; na esquina oposta ao prédio da sede do grupo RBS, manifestantes pararam e escreveram “RBS mente” e ameaçaram: “Acabou o monopólio da comunicação na Argentina e acabou na Venezuela. É possível derrubar a Rede Globo”
Débora Fogliatto, Sul 21 – O Bloco de Luta pelo Transporte Público realizou, nesta quinta-feira (8), um protesto pelas ruas de Porto Alegre contra o Grupo RBS e a Copa do Mundo. O ato, marcado para as 18h, saiu por volta das 19h45min do Largo Zumbi dos Palmares, de onde seguiu pela Cidade Baixa e se dirigiu até a frente do jornal Zero Hora. Um grande contingente da Brigada Militar protegia o prédio, na Avenida Ipiranga, mas os cerca de 200 manifestantes se mantiveram afastados e não houve confrontos.
O ato começou com o anúncio em um carro de som de que seria realizado o protesto, marcado em decorrência dos 50 anos da Zero Hora, comemorados no dia 4 de maio. A faixa “RBS ontem cúmplice da ditadura, hoje parceira da máfia dos transportes” foi colocada à frente do grupo. ”São cinquenta anos da ditadura militar e cinquenta anos de ditadura da RBS, que apoiou os ditadores, agora é apoiadora da máfia dos transportes e criminalizadora dos movimentos sociais”, falou um dos membros do Bloco ao microfone, puxando a marcha. Os manifestantes saíram do Largo pela avenida Loureiro da Silva, onde ciclistas e motoristas buzinaram e abanaram em apoio ao ato.
Ao longo da caminhada, a Brigada Militar impediu a passagem de carros nas ruas por onde o protesto passava e acompanhou andando atrás dos manifestantes ou um pouco afastada, do lado. O ato dobrou na rua José do Patrocínio, com mais empolgação dos participantes que entoavam “Não vai ter Copa, vai ter luta”. Cerca de dez brigadianos estavam parados na frente da agência da Caixa Econômica Federal, enquanto alguns manifestantes colavam cartazes com os dizeres “RBS mente” em muros e prédios.
O ato seguiu pela avenida Érico Verissimo, já fazendo os participantes perceberem que a manifestação se dirigia para a sede da Zero Hora, enquanto se entoava a palavra de ordem “A Zero Hora vai cair”. Na esquina oposta ao prédio da sede do grupo RBS, na Érico com a avenida Ipiranga, os manifestantes pararam e escreveram “RBS mente” em letras enormes na rua. No microfone, um membro do Bloco falou mandando um recado para os jornalistas que trabalham no grupo, ao afirmar que “o Sirotsky não é amigo de vocês, ele explora vocês, é patrão”. Ele completou a fala afirmando que: “Acabou o monopólio da comunicação na Argentina e acabou na Venezuela. É possível derrubar a Rede Globo”.
Os participantes também fizeram falas contra a Copa do Mundo, criticando as remoções e os gastos com estádios. Para finalizar aquela parte do ato, foram queimados jornais no meio da avenida Ipiranga. O protesto então voltou pela Érico Verissimo e foi dispersado pela Cidade Baixa, aos gritos de “dia 15 vai ser maior”. Nesta data, será realizado um ato nacional contra a Copa do Mundo. Segundo um dos membros do Bloco, a manifestação também acontecerá em apoio ao povo palestino e contra Israel.
Coleta de assinaturas
O Bloco de Luta continua coletando assinaturas para o projeto de iniciativa popular que pretende municipalizar o transporte público. Após o acampamento em frente à Prefeitura, encerrado dia 16 de abril, a mobilização é para arrecadar assinaturas em diversas regiões da cidade, em especial nas periferias. Neste sábado (10), a coleta será no Parque dos Maias, na zona norte da capital.
Devido a possíveis problemas com a validade das assinaturas, os membros do Bloco explicam que colocaram a meta acima dos 54 mil necessários, para garantir alcançar o número. Eles não sabem estimar quantas já conseguiram, devido à descentralização que acontece neste momento. O grupo também tem realizado aulas em escolas públicas sobre o transporte.
