Derrota por 1 a 0 do Corinthians para o Figueirense, último colocado no Campeonato Brasileiro e que não havia marcado nenhum gol na competição, não estava nos planos da massa; também não nas projeções da cúpula do PT, a começar do ex-presidente Lula e da presidente Dilma Rousseff; eles estão diretamente associados ao estádio, mas Itaquerão passou no evento-teste da organização; gramado resistiu até a chuva de granizo; partida foi fundamental para clima inicial da Copa do Mundo; apesar dos 36,6 mil pagantes, arquibancadas provisórias não foram testadas; capacidade será para 68 mil pessoas; adversários – do Corinthians e do PT – comemoram resultado esportivo adverso; Fifa não pode reclamar da organização e do comportamento da torcida; goleador Giovani Augusto entrou para a história
18 de Maio de 2014 às 15:54
247 – O resultado esportivo da estreia oficial do estádio do Itaquerão será comemorado pelos adversários do Corinthians. E do PT, claro. Diretamente associada à figura do ex-presidente Lula, decisivo para a construção do estádio, e do pré-candidato a deputado federal pelo PT Andres Sanchez, a arena passou no evento-teste do ponto de vista da organização. Não se registraram incidentes e o gramado resistiu até mesmo a uma chuva de granizo que cortou São Paulo no final da tarde do domingo 18.
Abaixo, notícia anterior:
247 – O resultado, aos 12 minutos do segundo tempo, não era o esperado nem pelo ex-presidente Lula nem pelo futuro candidato a deputado federal pelo PT Andres Sanchez. O Corinthians ia perdendo por 1 a 0 do visitante Figueirense, na partida oficial de estreia do estádio do Itaquerão, pelo Campeonato Brasileiro. Foi o primeiro gol marcado pela equipe visitante em toda a competição. A partida continuava em andamento às 17h20, faltando, ali, 30 minutos para o final.
O que se sabia, então, era que o Itaquerão, apesar do resultado esportivo adverso, estava passando pelo teste da organização. Ao que se via, com 38 mil pagantes dentro do estádio, não houve grandes problemas no acesso ao campo. Cerca de 700 seguranças privados apoiaram a vigilância feita por mais de mil policiais militares. As implicações políticas em torno do Itaquerão, construído sob inspiração de Lula e principal plataforma da candidatura de Sanchez, são muitas.
Paradoxalmente à festa feita pela torcida do Corinthians, na qual, até o apito final, não haviam sido registradas brigas ou confusões, o resultado esportivo adverso irá despertar muitas provocações dos adversários. Do time e do PT.
Abaixo, notícia anterior:
247 – Quando a bola rolar no Itaquerão oficialmente pela primeira vez, hoje, a partir das 16h00, todos os principais personagens da política nacional estarão atentos ao que vai acontecer. Menos dentro do campo, no jogo entre Corinthians e Figueirense, válido pelo Campeonato Brasileiro, e mais do lado de fora das quatro linhas.
Primeiro evento-teste do estádio de abertura da Copa do Mundo, no dia 12 de junho, o jogo vai definir o clima do Mundial até a entrada de Brasil e Croácia em campo. Se não houver ocorrências e a Fifa, com suas dezenas de observadores, considerar que a experiência foi bem sucedida, o bom humor deve prevalecer. Caso contrário, as relações entre o governo e a entidade máxima do futebol irão azedar de vez – com reflexos diretos na sucessão presidencial.
O momento é crucial para o governo e o PT. A presidente Dilma Rousseff torce, é claro, para que o Itaquerão tire uma nota dez ou próximo a isso, para livrar-se das críticas sobre apoio oficial às obras dos estádios da Copa. Mais ainda do que ela, é o ex-presidente Lula que tem de torcer para que tudo corra bem. Ele é o maior responsável pela decisão política de construir o estádio.
Numa operação casada, Lula incentivou o ex-presidente do Corinthians Andrés Sanchez a se lançar candidato a deputado federal pelo PT na esteira do sucesso do Itaquerão. Nas contas de Lula, Andrés tem chances de levantar cerca de 500 mil votos e ser um grande puxador de sufrágios para a legenda. Porém, o estouro nos prazos e nos custos da obra, que já chegam perto de R$ 1 bilhão e não são nenhum grande exemplo de transparência administrativa, mostram um outro lado da moeda. Três operários morreram durante a construção do Itaquerão. Problemas hoje serão problemas diretamente para Andrés. Na mão contrária, ele será o maior beneficiado pelo sucesso do evento-teste.
Com a bola rolando no Itaquerão, uma parte do projeto político do PT também está em campo hoje. O resultado, como em todo o jogo, só será conhecido no seu correr. As partidas esportiva e política estão em curso.