Pai de Bernardo vai à audiência de processo civil em Três Passos, RS
Leandro Boldrini foi hostilizado na chegada ao fórum da cidade.
Manifestantes seguraram cartazes pedindo justiça na frente do prédio.
Leandro Boldrini chegou escoltado pela Susepe
(Foto: Bruna Colossi/RBS TV)
O médico Leandro Boldrini, suspeito de participar da morte do filho Bernardo Boldrini, participou de uma audiência na tarde desta quinta-feira (3) no Fórum de Três Passos, na Região Noroeste do Rio Grande do Sul. Ele chegou por volta das 15h20 escoltado por agentes da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) e foi hostilizado por manifestantes que aguardavam em frente ao prédio. A sessão durou aproximadamente uma hora.
Cerca de 60 pessoas entre comerciantes, amigos da família do garoto e professores do colégio onde ele estudava fizeram um protesto com cartazes pedindo justiça. Alguns manifestantes chamaram Leandro de “monstro” e chegaram a gritar o nome de Bernardo. Esta foi a primeira vez que ele voltou a Três Passos desde que foi preso. Desde abril, está detido na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc).
A sessão foi convocada para tratar sobre o processo civil movido pela avó do garoto, Jussara Uglione. Conforme o advogado de Jussara, Marlon Taborda, a ação busca ressarcimento por bens os quais o médico supostamente teria se apropriado. O processo começou a tramitar após a morte da mãe de Bernardo, que, segundo a Polícia Civil, cometeu suicídio há cerca de quatro anos.
O corpo de Bernardo foi localizado no dia 14 de abril enterrado em um matagal na área rural de Frederico Westphalen, a cerca de 80 km de Três Passos, onde ele residia com a família. O menino estava desaparecido desde 4 de abril. Além do médico, a madrasta Graciele Ugulini, a amiga dela, Edelvania Wirganovicz, e o irmão, Evandro Wirganovicz, também são réus pelo assassinato do menino .
O processo criminal
No mês passado, a Justiça negou um novo pedido de liberdade para Leandro Boldrini, no processo sobre o assassinato do filho. O pedido de habeas corpus foi feito pelo advogado de Leandro, Jader Marques.
Segundo o Tribunal de Justiça (TJ-RS), o defensor alegou "falta de requisitos para manter a prisão cautelar do acusado", além de solicitar a transferência do processo da Comarca de Três Passos para Frederico Westphalen, onde o menino foi encontrado morto.
Segundo as investigações da Polícia Civil, Bernardo foi morto com uma superdosagem de um sedativo e depois enterrado em uma cova rasa.
O inquérito apontou que Leandro Boldrini atuou no crime de homicídio e ocultação de cadáver como mentor, juntamente com Graciele. Ainda conforme a polícia, ele também auxiliou na compra do remédio em comprimidos, fornecendo a receita azul. Leandro e Graciele arquitetaram o plano, assim como a história para que tal crime ficasse impune, e contaram com a colaboração de Edelvania e Evandro.