A Polícia Civil de Santa Maria (RS) informou que 22 novos indiciamentos referentes a 18 pessoas foram anunciados em pronunciamento dos delegados responsáveis pelo caso; as investigações apuram quem foram os envolvidos e suas responsabilidades no incêndio na boate Kiss, que matou 242 pessoas em janeiro de 2013; foram apurados crimes relacionados à liberação de alvarás por parte da prefeitura e também outros referentes à legislação ambiental
18 de Julho de 2014 às 17:03
Rio Grande do Sul 247 – A Polícia Civil de Santa Maria (RS) informou, nesta sexta-feira (18), que 22 novos indiciamentos referentes a 18 pessoas foram anunciados em pronunciamento dos delegados responsáveis pelo caso. As investigações apuram quem foram os envolvidos e suas responsabilidades no incêndio na boate Kiss, que matou 242 pessoas e deixou 630 feridos, em 27 de janeiro de 2013, quando um integrante da banda Gurizada Fandangueira uso um sinalizador em ambiente fechado. De acordo com a polícia, foram apurados crimes relacionados à liberação de alvarás por parte da prefeitura e também outros referentes à legislação ambiental.
O inquérito será remetido ao Ministério Público, que decide se oferece ou não as denúncias à Justiça. Caso o MP tome posição favorável à investigação policial, o caso pode ganhar 18 novos réus. Atualmente, sete pessoas, todos bombeiros, respondem pelo caso na justiça militar, e quatro na justiça civil – os sócios da boate Mauro Hoffmann e Elissandro Spohr (Kiko), além de dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, o vocalista Marcelo de Jesus dos Santos e o funcionário Luciano Bonilha Leão.
Segundo as investigações, a Prefeitura de Santa Maria teria facilitado as emissões das licenças e dos alvarás para o funcionamento da casa noturna. Outra irregularidade seriam as falsificações na pesquisa de impacto de vizinhança e um suposto crime ambiental de poluição sonora cometido pelo estabelecimento.
A polícia afirmou que, além do uso de sinalizar em local fechado, os motivos que implicaram na tragédia foram o material empregado para isolamento acústico (espuma irregular), falhas no extintor e exaustão de ar inadequada, além da saída única e do indício de superlotação. A boate Kiss tinha capacidade para receber até 691 pessoas, porém a suspeita é de que mais de 800 estavam no local quando ocorreu o incidente, no dia 27 de janeiro.
O processo encontra-se em fase de instrução. As testemunhas de acusação já foram ouvidas, e a próxima etapa é ouvir as testemunhas de defesa. Os réus falarão por último.